quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Consumidor paulistano mantém nível de confiança na economia em agosto, aponta Fecomercio

Indicador apresenta estabilidade em relação a julho e se encontra no mesmo nível do período imediatamente anterior a crise do ano passado

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fecomercio, em agosto, apresentou estabilidade, ficando no mesmo nível que no mês anterior. Porém, se comparado com o mesmo período do ano passado, o índice demonstrou alta de 1,7% permanecendo no mesmo patamar do período pré-crise, registrando 139,8 pontos em uma escala de 0 a 200.

Os dados registrados no estudo realizado pela Fecomercio se devem a alguns fatores encontrados recentemente na economia. A melhoria nas condições de crédito para o consumidor, as seguidas ações do governo no sentido de expandir a atividade econômica e a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os automóveis e produtos da linha branca continuam influenciando de maneira positiva a percepção dos consumidores paulistanos.

“Além disso, as recentes políticas monetárias adotadas, com a redução mais expressiva da taxa de juros, juntamente com a estabilidade do câmbio e a expectativa de inflação mais favorável, ajudam a melhorar o poder de compra dos consumidores”, afirmou Thiago Freitas, economista da Fecomercio.

O ICC é formado pelo Índice das Condições Econômicas (ICEA) e pelo Índice de Expectativas do Consumidor (IEC). Para chegar ao indicador, a Fecomercio ouviu cerca de 2,1 mil consumidores.

O ICEA, que determina a pretensão dos consumidores em relação à situação atual, obteve alta de 0,9% atingindo 131,6 pontos. Inserido nesses dados vale destacar o aumento da confiança dos consumidores com 35 anos, que registrou variação de 4,4% atingindo 128,5 pontos. O ICEA está diretamente relacionado com a percepção do consumidor em relação ao emprego e renda. Esse otimismo se deve ao comportamento bastante favorável da massa real de salários, que registrou crescimento médio real de 5% no semestre.

Por outro lado, o Índice de Expectativa do Consumidor, IEC, que revela a percepção dos consumidores em relação à situação futura, apresentou uma leve queda de 0,6%, registrando 145,2 pontos. Mesmo com o índice registrando uma pontuação mais baixa, os consumidores com renda salarial de 10 salários mínimos, normalmente os que têm melhores condições para realizar uma avaliação mais precisa, tiveram uma opinião bastante positiva e acreditam numa recuperação da economia brasileira.

De maneira geral, somando os dois índices que compõem o ICC, pode-se concluir que o consumidor elevou positivamente sua percepção à situação presente. “Como o cenário atual é um pouco melhor do que o demonstrado nos meses anteriores, é natural que os consumidores lentamente incorporem esse otimismo”, completa Freitas.


Nota Metodológica
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela Fecomercio desde 1994. Os dados são coletados junto a cerca de 2.100 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 90, a equipe econômica da Fecomercio adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no país, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central