terça-feira, 25 de agosto de 2009

Limitação de shoppings pode frear expansão do varejo

A retomada dos planos de expansão do varejo poderá esbarrar, no médio prazo, em limitações de áreas para novas lojas em shopping centers. Como consequência da crise financeira internacional, nenhum novo grande empreendimento do setor no país foi anunciado em 2009, e o cronograma de execução de alguns projetos foi postergado. No entanto, as vendas do varejo já reagiram no segundo trimestre, o que está levando as redes a reverem para cima as projeções de inaugurações a partir de 2010. A expansão das varejistas poderá ser limitada, porém, pela defasagem de dois a três anos entre o anúncio dos empreendimentos e a abertura das portas ao público.

"Para pensarmos em aumentar o número de novas lojas em 2010, estamos dependendo das oportunidades de ofertas dos shopping centers, já que houve a postergação dos investimentos", diz o diretor administrativo e de Relações com Investidores da Lojas Renner, José Carlos Hruby. Segundo ele, as áreas para oito novas lojas já estão contratadas para 2010, mesmo número deste ano. O executivo ressalta ser necessário que a recuperação das vendas apresentada no segundo trimestre se mantenha para confirmar uma expansão mais agressiva no próximo ano.

Outra rede varejista que também informou estar enfrentando problemas com a falta de espaços nos shopping centers é a Marisa. Diante da melhora do cenário macroeconômico, a empresa revisou de seis para dez o total de inaugurações este ano. Para 2010, o diretor-presidente da Marisa, Marcio Goldfarb, afirma que seis pontos-de-venda já estão contratados e que um número superior depende da oferta de áreas. "Estamos dependendo dos shopping centers, que protelaram ou seguraram seus investimentos", explicou Goldfarb.

Com esse novo cenário, o lançamento de novos empreendimentos poderá ser retomado no segundo semestre, conforme o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Veiga. "Podemos esperar anúncios de lançamentos, que entrarão em operação principalmente a partir de 2012", diz Veiga.

Fonte: Monitor Mercantil