quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dúvidas de leitores: O novo cenário do varejo

Pergunta enviada por Laucydene Freitas

Ola Caio!

É com enorme prazer que vejo por meio deste blog a oportunidade que precisava.
Sou uma empreendedora visionária, e gostaria de defender minha monografia de administração com o tema “o novo cenário do varejo”.

Eu acredito que a sustentabilidade (sic) que houve na crise mundial , se deve ao fato das classes C,D e E terem seu poder de comprar maximizado, cujo o atual governo contribuiu expressivamente para tal.
Gostaria de sua opinião sobre o assunto

Agradeço pela atenção
Laucynede Freitas


Ola Laucynede

Agradeço pelo envio do e-mail e pela leitura do blog. Bem interessante também o título de seu e-mail: Paixão por varejo.
Também me considero um apaixonado pelo assunto, assim como vários outros leitores aqui do blog. Seja bemvinda.

Temos hoje no Brasil um cenário próspero e interessante. Muitos economistas apontam o Brasil como “a bola da vez”. Realmente o Brasil foi um dos últimos países a entrar ou sentir o efeito da crise (alguém aí lembra da “marolinha” do presidente?) e com certeza um dos primeiros a sair, embora para muitos, ainda estamos dentro de um processo que veremos a crise dos outros países ainda influenciarem muito em alguns setores e prováveis crescimentos.

Em minha opinião, que sempre defendi aqui no blog, a crise no Brasil demorou para ser sentida por um só fato: A classe C. A crise veio de cima para baixo, afetando diretamente industriais e corporações que possuíam de alguma maneira recursos ou investimentos no exterior. Em forma de avalanche, o empresário que perdeu com as aplicações, teve que frear os investimentos, cortar custos, ou até mesmo vender alguns bens para se reestabelecer. Esse foi o cenário de crise que tivemos.

No varejo, os incentivos fiscais, como a redução do IPI em alguns produtos e setores transformou as dúvidas de compras em oportunidades de negócio. A classe C foi às compras. Conforme uma frase que li do Luis Marinho: ”Em 2009 fomos da maresia de uma crise para a euforia de gastos deste Natal”.

Agora porque a classe C não sentiu os efeitos da crise ? Simples. Sofreu primeiro aqueles que tinham aplicações financeiras, como na bolsa, por exemplo. Esses viram seu dinheiro desvalorizar rapidamente. Entretanto, existe uma enorme massa de brasileiros que sequer possui conta em algum banco, o que dirá em investimentos. Enquanto investidores entravam em estado de pavor e ansiedade, o povo decidiu comprar, embalados até mesmo pelos discursos do Lula, pedindo para que “o povo não parasse de comprar”.

Houve surpresa e espanto de muitos setores e rapidamente o que se viu foi um quadro de positivismo e ufanismo que colhemos os frutos até o momento. A tendência, caso nada de impacto aconteça, é que ainda colheremos esses frutos durante mais algum tempo.

Espero ter lhe ajudado.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
www.falandodevarejo.com.br