terça-feira, 4 de outubro de 2011

Varejo farmacêutico terá mais consolidação

O varejo farmacêutico brasileiro passou por uma onda de consolidação, com as alianças recentes de Raia e Drogasil e de Drogaria SP e Pacheco, mas ainda há espaço para outros movimentos. Dados da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram que há 65 mil farmácias no país. Do total, 13 mil unidades (divididas entre 28 empresas) respondem 75% de todas as vendas nacionais, estimadas em R$ 40 bilhões.

"A expectativa é de que o mercado farmacêutico dobre de tamanho na América Latina até 2015, inclusive o brasileiro. Ser o primeiro lugar num mercado desses é muito importante para ganhar visibilidade e ter poder de negociação junto aos fornecedores", disse à Reuters o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

Nomes como Panvel Farmácias, do Rio Grande do Sul, e Drogarias Araújo, de Minas Gerais, são fortes candidatas a serem adquiridas, segundo analistas. Ambas possuem marcas fortes e consolidadas nas regiões onde atuam. Procurados, representantes das duas companhias não estavam disponíveis para entrevista.

A Panvel, que afirma ser a maior rede de farmácias do Sul do País, tem mais de 275 lojas. Já a Araújo possui mais de 100 lojas na região de Belo Horizonte (MG). Para o analista Iago Whately, da Fator Corretora, a fragmentação do setor farmacêutico é propícia à consolidação. "O movimento está ocorrendo em velocidade mais rápida do que o inicialmente previsto. Com certeza essa é a tendência e podemos esperar novos anúncios."

Na visão de Whately, a principal candidata a consolidar o varejo é a Raia Drogasil - resultado da união de Raia e Drogasil. "Entre as maiores empresas do setor no Brasil, ela é a que está num estágio mais avançado, com questões de governança já resolvidas, o que facilita qualquer movimento estratégico ou necessidade de financiamento", afirmou.

A união entre Raia e Drogasil foi anunciada em 2 de agosto e na ocasião deu origem à maior rede de farmácias do país. Juntas, Raia e Drogasil tiveram receita líquida de R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, alta de 19,5% sobre um ano antes. A Raia Drogasil nasceu com mais de 700 drogarias em nove Estados.

Mas a liderança durou pouco tempo, já que apenas algumas semanas depois a Pacheco e a Drogaria SP (ambas de capital fechado) divulgaram, no fim de agosto, a união das empresas, dando origem à maior varejista farmacêutica do Brasil em receita bruta. Em junho de 2010, a Drogaria SP já tinha adquirido a rede Drogão.

A Drogarias DPSP (como será batizada a empresa resultante) teve receita bruta pro-forma R$ 4,4 bilhões nos 12 meses até junho e nasce com 691 lojas em cinco Estados.


Fonte: TERRA