sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nielsen: Brasileiro está entre os povos mais confiantes do mundo

Dentre 56 mercados globais, Brasil se destaca como o 4º país mais confiante do mundo, atrás apenas de Índia, Arábia Saudita e Indonésia

Com relação ao último bimestre, Brasil teve um crescimento de notáveis 16 pontos, alcançando a marca de 112 pontos de confiança

Apesar de a economia ressurgir como uma das maiores preocupações globais, o Brasil caminha em direção contrária; é o que mostra o relatório de Confiança de Consumidor, realizado pela Nielsen, líder global em informações e análises de mercado. A pesquisa é realizada online com consumidores de 56 países em todo o mundo a cada trimestre.

A maior economia na América Latina, o Brasil continua a liderar a região, reportando um índice de confiança do consumidor de 112 no terceiro trimestre do ano. “Com índices de confiança do consumidor consistentemente acima da média, os consumidores brasileiros mantêm uma perspectiva otimista, apesar dos recentes relatos de uma desaceleração econômica em potencial causada por uma queda na atividade econômica,” disse Claudio Czarnobai, analista de mercado da Nielsen Brasil.

A Venezuela (75), o Chile (85) e a Argentina (88) reportaram um declínio na confiança do consumidor no terceiro trimestre, enquanto a Colômbia (90) e o México (83) aumentaram um e três pontos, respectivamente. O Peru manteve-se estável, com um índice de 99 por dois trimestres consecutivos. A América Latina aparece entre as regiões mais confiantes do mundo, com 97, ao lado da Ásia. A região teve um crescimento de 6 pontos, principalmente pelo desempenho do Brasil.

Comparado aos outros países integrantes do BRIC, o Brasil é o 2º mais confiante, atrás apenas da líder Índia, que recentemente tem aparecido com frequência entre os mais confiantes do mundo; China (104) e Rússia (89) ainda ficam atrás.

Finanças e emprego

O brasileiro é o povo mais confiante em suas finanças pessoais; 78% acreditam que sua situação financeira é excelente ou boa, enquanto os indianos, que lideram o ranking de confiança, aparecem bem próximos, com 77%. A média global nesse quesito é de apenas 50%. Ásia e América Latina aparecem com os melhores índices entre as regiões, com 56% e 55%, respectivamente. Do outro lado, Europa e América do Norte atingem os menores resultados, com 38% e 43%, respectivamente.

Com relação às perspectivas de emprego, os asiáticos (56%) ainda lideram, apresentando as melhores condições, com destaque para a Índia, com 81% dos respondentes classificando a situação como excelente ou boa. Entretanto, o resultado do Brasil não fica muito atrás, com 70%.

Quando tem dinheiro sobrando para gastar, o brasileiro ainda prefere gastar a economizar na comparação com outros países. Enquanto a média global mostra que a principal escolha é pela economia (46%), no Brasil essa é apenas a terceira opção do que fazer com o dinheiro excedente. O entretenimento fora de casa aparece como preferência dos consumidores brasileiros, com 42%. O pagamento de dívidas já aparece como a segunda opção, alcançando 34%.

“Os consumidores estão confiantes devido às condições de emprego, de forma geral positivas. Porém, demonstram cada vez mais cautela em relação a aumentar ainda mais os níveis atuais de endividamento”, esclarece Claudio Czarnobai. “Bens duráveis, automóveis e produtos altamente dependentes de crédito poderão sofrer uma contração em comparação ao ano anterior”, complementa.

Economia x Saúde e Bem Estar

Se, por um lado, as maiores preocupações dos mercados globais são com economia e garantia de um emprego seguro, no Brasil essas já não figuram mais entre as principais inquietações. O estudo aponta saúde e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal como as principais preocupações do brasileiro, enquanto a média global concentra com economia e estabilidade de emprego. No Brasil, a economia aparece como 3ª maior preocupação, seguida das dívidas, em 4º lugar.

Mundo - preocupações com a economia aumentam

A economia ressurgiu como uma das maiores preocupações para 18% dos consumidores com acesso à Internet ao redor do planeta. A última vez que a economia estivera no topo das preocupações fora no 4º Trimestre de Q4 2010, antes de ser substituída por preocupações com o aumento no preço dos alimentos no primeiro semestre deste ano. Estabilidade de emprego segue de perto como a segunda maior preocupação para 14% dos consumidores, aumentando cinco pontos percentuais em comparação há três meses. Gerenciar o equilíbrio trabalho/vida, o aumento no preço dos alimentos e preocupações com a saúda complementam as cinco questões mais estressantes para os entrevistados.

No Oriente Médio/África, apesar de a estabilidade de emprego ter mantido sua posição como a maior preocupação na região, vale a pena observar o aumento trimestre sobre trimestre — pulando nove pontos, atingindo 20%, com um aumento de 11% no segundo trimestre. Na região Ásia-Pacífico, a economia (18%) e a estabilidade de emprego (15%) subiram oito e sete pontos, respectivamente.

Análise Regional

Nos EUA, a confiança do consumidor caiu um ponto, atingindo um índice de 77. A confiança do consumidor também caiu um ponto no último trimestre na China, de 105 para 104, e um ponto na Alemanha, a maior economia europeia. Com a alta no preço da gasolina, inflação em alimentos, mau tempo, um mercado imobiliário problemático, dívidas governamentais preocupantes, enfraquecimento dos mercados financeiros e pouca melhora no mercado de trabalho, a confiança do consumidor nos EUA caiu nos segundo e terceiro trimestres de 2011. Diferente de alguns outros países ao redor do mundo, a confiança do consumidor norte-americano não registrou melhoras. Este padrão de baixa confiança contínua traça um quadro de recuperação econômica lenta e moderada.

A região Ásia-Pacífico continua a dominar a lista dos países mais otimistas, com sete dos 10 números mais altos para a confiança do consumidor provenientes da região. A Índia, apesar de um declínio de cinco pontos, se mantém na primeira posição com um índice de 121, seguida pela Arábia Saudita (120), Indonésia (114), Brasil (112), Filipinas (112), Tailândia (109), Emirados Árabes Unidos (105), China (104), Hong Kong (104) e Malásia (101). A Hungria (37) classificou-se como o país mais pessimista no terceiro trimestre, juntamente com Portugal (40), Coreia do Sul, Romênia e Croácia (49).

Na Europa, piora no Oriente/ melhora no Ocidente

As nações européias continuaram entre as mais pessimistas. Na Zona do Euro, a sombra da crise da dívida e a extrema volatilidade dos mercados financeiros estão empurrando os níveis de confiança do consumidor para baixo, particularmente em Portugal (40), na Irlanda (64), na Grécia (51) e na Espanha (56), cada um destes países reportando índices de confiança do consumidor muito abaixo da média europeia de 74. Diversos mercados registraram declínios de dois dígitos na confiança no último trimestre, com a maior queda ocorrendo na França, que caiu 13 pontos do índice e chegou a 56.

A região Nórdica também reportou uma queda na confiança, com a Dinamarca, Finlândia e Suécia declinando no terceiro trimestre. A Dinamarca registrou o maior declínio, caindo 12 pontos — desviando-se do desempenho médio do índice de 97 registrado desde a recessão de 2009.

Apesar de a Europa Ocidental ter enfrentado um trimestre difícil, diversas das nações da Europa Oriental desafiaram a tendência negativa e nove dos 10 mercados mensurados pela Nielsen apresentaram retomadas de confiança. A Rússia, a maior economia e o propulsor econômico da Europa Oriental, registro um saudável aumento de sete pontos, chegando a um índice de 89.

Apesar de ainda abaixo da média da confiança do consumidor na Europa, as Nações Bálticas da Letônia (69), Lituânia (71) e Estônia (72) registraram os maiores aumentos na região, subindo 12, 11 e seis pontos, respectivamente.

A Polônia também recuperou-se de dois trimestres anteriores com um índice de confiança em declínio e aumentou oito pontos no terceiro trimestre, atingindo um índice de 74.

Poupadores e investidores na região Ásia-Pacífico

A Ásia-Pacífico continua a apresentar sólidos resultados de confiança do consumidor, apesar de um declínio regional de um ponto no índice no terceiro trimestre, chegando a 97. A região conta com a mais alta porcentagem de poupadores, com 61% indicando que planejam poupar os recursos excedentes após despesas essenciais em comparação à média global de 46%.

A Índia reportou o mais alto índice de confiança do consumidor por sete trimestres consecutivos. Antes disto, apenas a Indonésia ou a Noruega haviam ocasionalmente tomado a primeira posição da Índia. Seguindo perto, a confiança na Arábia Saudita subiu 13 pontos no terceiro trimestre, atingindo um índice de 120.

Apesar das condições econômicas geralmente positivas na região Ásia-Pacífico, 10 dos 14 países mensurados reportaram declínios em comparação a três meses. A Cingapura e a Malásia registraram os maiores declínios na confiança, de nove pontos cada.

Sobre a Pesquisa Global Online da Nielsen

A Pesquisa Global Online da Confiança do Consumidor da Nielsen, criada em 2005, acompanha a confiança do consumidor, as maiores preocupações e intenções de gasto entre mais de 28.000 consumidores com acesso à Internet em 56 países. Os níveis de confiança do consumidor acima e abaixo de uma linha base de 100 indicam graus de otimismo e pessimismo.

A Pesquisa Global Online da Nielsen foi conduzida entre 30 de agosto e 16 de setembro de 2011 e entrevistou mais de 28.000 consumidores em 56 países na Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio, África e América do Norte. A amostra possui quotas de faixas etárias e sexo para cada país com base nos internautas de cada país e é ponderada para ser representativa dos consumidores com acesso à Internet, tendo uma margem de erro máxima de ±0,6%. Esta pesquisa da Nielsen se baseia apenas no comportamento de entrevistados com acesso à Internet. As taxas de penetração de Internet variam por país. A Nielsen utiliza um reporte padrão mínimo de 60% da penetração de Internet ou uma população de no mínimo 10 milhões de usuários de Internet para que o país seja incluído na pesquisa.