quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Varejo deve retomar crescimento real de vendas

O IAV-IDV aponta expectativa de alta de vendas de 5,9% neste mês, e este moderado otimismo é reflexo das medidas fiscais (redução da desoneração do IPI de linha branca e desoneração da folha de pagamento) anunciadas pelo governo e da política de redução da taxas de juros adotada pelo Copom


O IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente com os associados do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), aponta uma retomada de crescimento real no conceito mesmas lojas em outubro e novembro, embora com tímidos 0,58% e 0,68%, respectivamente, em comparação com os mesmos períodos do ano passado. Em setembro, o crescimento real de vendas nas mesmas lojas ainda será negativo de 2,92%.

Os associados da entidade informaram ainda que houve alta de 6,1% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2011. Um crescimento sustentado na expansão da rede de lojas.

Este moderado otimismo é reflexo das medidas fiscais anunciadas pelo governo e da política de redução de taxas de juros adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que baixou os juros básicos da economia (Selic) para 7,5%, a menor taxa histórica já registrada.

Após apontar queda da taxa de crescimento em agosto e setembro, o varejo de bens não-duráveis continua a se destacar, com forte retomada a partir de outubro, com expectativa de alta de 12,5%. Para o mês seguinte, os associados também estimam taxas de dois dígitos, com 11,7% de crescimento. É importante lembrar que o desempenho desta categoria possui maior peso nas medições do IBGE e contribuem com cerca de 40% no índice da Pesquisa Mensal do Comércio.

Já o setor de bens semiduráveis (como vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos), que tem apresentado desempenho mais comedido em relação aos não-duráveis nos últimos meses, tende a apresentar uma ligeira melhora. Os associados apontam expansão entre 8% e 9,8% de agosto a novembro.

No varejo de bens-duráveis (como móveis, eletrodomésticos e material de construção), fortemente influenciado pela expansão de crédito, o IAV-IDV apontou taxas de crescimento entre 8,1% e 9,3% entre setembro e novembro. Vale lembrar que o governo prorrogou o prazo da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 31 de dezembro de 2012 para a linha branca, laminados, luminárias e papéis de parede. Assim, espera-se que o desempenho do segmento continue pelo menos em linha com o observado até o momento.

De acordo com o presidente do IDV, Fernando de Castro, estas previsões reforçam o cenário de um segundo semestre com maior taxa de crescimento da atividade econômica. Para ele, o setor varejista seguirá apresentando resultados de crescimento superior à taxa média do PIB, apoiado na expansão do crédito, renda e de postos no mercado de trabalho, que apontam contínuo crescimento. “Mesmo com a precaução dos agentes econômicos frente ao cenário externo, as estimativas para o setor varejista em 2012 não se alteraram de forma significativa em relação aos últimos meses e devem apresentar taxas de crescimentos semelhantes às do ano passado”, analisa Castro.