domingo, 3 de agosto de 2014

Frio puxa vendas na 2ª quinzena, segundo ACSP

Vendas caíram 1,7% ante julho de 2013; frente fria na 2ª quinzena ajudou e vendas cresceram 2,4%, mas não foi suficiente para compensar queda de 6% na 1ª quinzena


O varejo fechou julho com queda de 1,7% em média nas vendas na capital paulista ante julho de 2013, com o mesmo número de dias úteis. A informação é do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O resultado só não foi pior por conta do desempenho do varejo na 2ª quinzena de julho: com a frente fria, os consumidores compraram roupas e calçados da moda Outono/Inverno - que já estava em liquidação - e as vendas em geral avançaram 2,4% em média nesses 15 dias.

Mas não foi suficiente para compensar a queda média de 6% nas vendas da 1ª quinzena de julho e, por isso, o mês fechou com recuo de 1,7%.

"Julho de 2014 foi um mês atípico. Em geral, a 2ª quinzena de cada mês costuma ser mais fraca do que a 1ª. E neste caso ocorreu o contrário", afirma o presidente da ACSP, Rogério Amato. Ele lembra que o fraco desempenho da 1ª quinzena de julho se deveu às reduções nos horários de funcionamento do comércio em dias de jogos da seleção brasileira na Copa.

Em relação a junho, as vendas avançaram 4,8% em média - mas julho contou com três dias úteis a mais.


A prazo e à vista

Em separado, em julho as vendas a prazo caíram 3,6% ante o mesmo mês de 2013 e tiveram leve aumento de 0,3% em comparação com junho, segundo o Indicador de Movimento do Comércio a Prazo (IMC). As derrotas da seleção brasileira na Copa desestimularam as vendas de TVs - o produto estava impulsionando as vendas a crédito antes de julho.

Já as vendas à vista, de acordo com o ICH (Indicador de Movimento de Cheques), tiveram melhor desempenho, com altas de 0,3% na comparação anual (com julho de 2013) e de 9,3% ante junho, impulsionadas pelo aumento do movimento nas lojas de roupas e calçados, durante os dias de queda de temperatura na 2ª quinzena.

Acumulado 7 meses e Dia dos Pais

O Balanço de Vendas da ACSP mostra também o desempenho do varejo nos primeiros sete meses de 2014. As vendas cresceram 1,75% em média (1,5% nas vendas a prazo e 2% nas vendas à vista).

"Esse aumento moderado é explicado pelas conjunturas internacional e brasileira", explica Rogério Amato, que também é presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de SP) e presidente-interino da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil).
Ele completa que a crise financeira internacional afeta todos os países. E, sobre a conjuntura brasileira, elenca os fatores que prejudicam o comércio em 2014: alta dos juros para combater a inflação; desacelerações do crédito e da massa salarial; quedas da confiança do consumidor e da segurança no emprego.

Diante dessa conjuntura, a ACSP espera um Dia dos Pais com elevação moderada de 2% a 3% nas vendas na cidade de São Paulo.

O IRI (Indicador de Registro de Inadimplentes), que mede a entrada de registro de consumidores inadimplentes, registrou queda de 1,9% em julho ante junho e aumento de 3,4% em relação a julho de 2013.

Já o IRC (Indicador de Recuperação de Crédito), que aponta os cancelamentos de dívidas, registrou aumentos de 7,4% e de 5,1% nas comparações mensal e anual.

Assim, julho fechou com números do IRC maiores que os do IRI, sugerindo leve queda na inadimplência. Em meses anteriores, houve o contrário, com tendência a leve alta - equilibrando, assim, essa estatística.

"Até o momento, os dados indicam que a tendência é de estabilidade na inadimplência nos próximos meses em função da concessão mais rigorosa do crédito - por parte do varejo e das financeiras - e da cautela do consumidor que, menos confiante na economia e no emprego, evita comprometer seu orçamento", conclui Rogério Amato.

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 119 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.