quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PDV não! Ponto de contato!

O varejo não é mais ponto-de-venda. É ponto-de-contato.

Deixou de ser PDV para ser PDC.

Há tempos que estamos assistindo uma revolução no varejo tal qual sempre o entendemos. Não é possível se falar em varejo nos grandes centros, sem falarmos de experiência de compra.

Ainda é possível apenas “vender”, sem se preocupar com isso (e existe tanta gente ainda fazendo isso!), mas não é possível pensar grande, crescer, estando na inércia da inovação e da conexão com seu público consumidor.

Não sobreviverá por muito tempo quem tem apenas o melhor preço. Como estratégia inicial, pode até ser que funcione durante algum tempo, porém corre-se o risco de uma hora para outra aparecer alguém mais barato que você, e “bau-bau”, lá se foi sua estratégia. Mesmo na guerra de preços de regiões como a 25 de março em São Paulo ou o Saara, no Rio de Janeiro, a cada dia, consumidores estão buscando mais do que apenas preços em suas compras. Se para o consumidor economizar ainda é importante, a possibilidade de se comprar em um local diferenciado ou único, é muito mais atrativa.

Parafraseando um amigo meu, o Fred Rocha do Varejo 1: “Tem só preço a oferecer quem não tem nada a oferecer”.

Também sabemos que hoje, entretanto, focar toda a estratégia em algo novo, como um novo produto, pode ser um risco se for encarada como uma estratégia de longo prazo. É certo que um produto hoje pode ser hype, trend, moda, ou qualquer outra definição que represente o interesse do momento, mas, e depois disso? E quando deixamos de ser atrativos? Como sobreviver?

Pegue como exemplo o mercado de franquias. No ramo de alimentação, depois de uma onda de marcas de “iogurtes do tipo frozen”, agora estamos vivendo a invasão das “paletas mexicanas”, com dezenas de novas marcas. É certo de que o produto é novidade, e há grande interesse, mas não há interesse de longo prazo para tantas novas marcas. Nesse caso específico, também me pergunto o que será dessas marcas quando a partir do próximo outono.

De fato, só sobreviverá quem oferecer algo realmente “distinto” e que de fato conquiste o consumidor como marca.

O varejo hoje é experiência pura. Uma boa experiência, uma boa impressão causada pelo cliente, é essencial para que esse frequente sua loja, frequente sua marca.

O varejista deve parar de se encarar apenas como um simples espaço para se entender como um conceito de marca. Porque marca não é só “grife” ou o nome que vai escrito na etiqueta. Se entender como marca é para qualquer varejista, de qualquer porte ou ramo.

Quer se entender como marca?

Pergunte-se a si mesmo: Quem é você, e porque você compraria em sua loja? Se a resposta demorar para surgir ou não for tão clara, se os motivos de existir não estão fortemente estabelecidos, está na hora de pensar em se reposicionar ou se reinventar.

Um grande abraço e boas vendas!

Caio Camargo
+Falando de Varejo