terça-feira, 21 de abril de 2015

Varejo gaúcho em alerta para conter impactos da inflação

Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS orienta que os comerciantes mantenham cautela

Os dados de inflação divulgados no início de abril deixam o comércio alerta. De acordo com o Departamento de Pesquisas da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS, o varejo gaúcho já começa a sentir os efeitos da alta da inflação e precisa estar preparado para esse novo cenário econômico.

- Quando os preços sobem, como aconteceu com a gasolina e com a energia elétrica, as pessoas ficam mais conservadoras para consumir. Assim, os comerciantes terão que tomar mais cuidado na gestão, por causa da elevação dos custos. Os preços no varejo subiram nos últimos meses e é preciso estar cauteloso - afirma o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.

Os produtos ficam mais caros para o consumidor final devido ao aumento no gasto de toda cadeia produtiva, que acaba compensando. O número divulgado no dia 8 de abril, que mostra a alta do IPCA em março, de 1,33%, confirma a expectativa da FCDL-RS de que o primeiro trimestre de 2015 iria fechar com preocupante aceleração de preços.

Nesse período de três meses, a inflação acumulada do ano chegou a 3,83%, o que projetado para a totalidade do ano chega a 16,22%. A FCDL-RS acredita que tal percentual é alarmante e está fora do eixo de previsão anual do Banco Central (6,5%) e mesmo da percepção das principais agências de análise econômica que acreditam em uma inflação de 8% em 2015.

- Em nosso entendimento a perspectiva de uma inflação de dois dígitos para o ano só vai ser evitada na medida em que a alta dos preços seja estancada a partir de abril. Como observamos desde o início do ano os vilões inflacionários foram os serviços públicos - afirma Vitor Augusto Koch.

Este item é muito expressivo nos custos empresariais, especialmente da indústria e tenderá a refletir em ondas secundárias de altas de preços a partir de abril pelo repasse pelo menos parcial do elevado custo energético aos produtos finais em geral. Isso significará na prática para o empreendedor, além de uma conta de luz mais elevada, o aumento dos preços dos fornecedores.