sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Pesquisa Nielsen Confiança: Brasil só perde para Venezuela

Maioria dos brasileiros acredita que o país está em um período de recessão, aponta pesquisa confiança do consumidor da Nielsen. A América Latina caiu em “sentimento de recessão” e a confiança dos consumidores diminuiu em seis países, no segundo trimestre. Somente a Venezuela tem o menor índice de confiança (62) quando comparado com o Brasil

A pesquisa Confiança do Consumidor Global da Nielsen (www.nielsen.com), que mede a percepção de perspectivas de empregos locais, finanças pessoais e intenções imediatas de gastos, manteve-se relativamente estável por mais de um ano, caindo um ponto no índice no segundo trimestre (2015) e atingindo uma pontuação de 96. Na América Latina, a confiança dos consumidores está mais abalada, visto que no Brasil o índice caiu mais sete pontos, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, segunda queda consecutiva do ano. Em países da Europa e na China, a confiança aumentou, e os Estados Unidos mantêm um nível otimista, apesar da queda do índice.

O SENTIMENTO DE MUITOS BRASILEIROS NÃO É OTIMISTA - Em nosso país, o sentimento em relação aos três indicadores econômicos atinge novas baixas. Assim como as perspectivas futuras de trabalho diminuíram quatro pontos percentuais, chegando a 23%, o sentimento em relação às finanças pessoais diminuiu quatro pontos percentuais, indo a 56%, e as intenções de gastos imediatos caíram nove pontos percentuais, chegando a 32%. “Quase todos os entrevistados brasileiros acreditam que estão vivendo em um período de recessão, já que o sentimento aumentou cinco pontos percentuais, chegando em 90% em comparação com o primeiro trimestre”, explica Ricardo Alvarenga, especialista em Tendências de Mercado da Nielsen. A economia ocupa o primeiro lugar das maiores preocupações no Brasil e na média da América Latina ao longo dos próximos seis meses.

A confiança dos consumidores diminuiu em seis dos sete mercados latino-americanos medidos no segundo trimestre, com o Brasil (81) relatando a mais alta queda de sete pontos no índice em comparação com o primeiro trimestre. O índice do Peru (95) diminui quatro pontos, seguido por quedas de três pontos cada no Chile (84) e na Venezuela (62). A confiança do consumidor no México (84) e na Colômbia (93) diminuiu dois e um ponto, respectivamente, a partir do primeiro trimestre. A Argentina foi o único país medido na região com um aumento impulsionado na confiança, subindo seis pontos e atingindo o índice de 81 no segundo trimestre.

Apesar do reflexo negativo para a confiança dos brasileiros, o cenário do país também pode oferecer alternativas de crescimento e desenvolvimento. “Se por um lado as mudanças atuais de hábito de compra e consumo ameaçam, por outro criam grandes oportunidades”, afirma Ricardo. “Para os varejistas, é o momento de desenvolverem formatos de loja mais adequados com produtos corretos que atendam seus consumidores. Já para as marcas desafiantes, é importante que conquistem novos consumidores e as líderes coloquem em prática sua força em inovar e oferecer mais e diferentes benefícios. Até as empresas de comunicação podem se beneficiar, repensando em como disponibilizar conteúdos”, complementa Alvarenga.

De acordo com o especialista, as melhores alternativas surgirão para aqueles que conseguirem entender melhor o seu público. “O que as empresas precisam ter em suas diretrizes é a intenção de contribuir com o bem-estar do brasileiro, pois isso pode desencadear ações que apresentem ganhos para todos os lados.”

SINAIS DE MELHORIAS SÃO EVIDENTES NA EUROPA - Apesar da recente incerteza na zona econômica do euro, a confiança do consumidor cresceu em toda a região europeia no segundo trimestre, enquanto 21 de 32 mercados (65%) foram mais otimistas do que no início do ano. A confiança na Alemanha, a maior economia da região, diminuiu três pontos chegando ao índice de 97 - o primeiro declínio em um ano. No Reino Unido, a confiança aumentou dois pontos para 99 - o sexto trimestre consecutivo de aumentos. A confiança na Grécia, no entanto, diminuiu em 12 pontos no índice chegando a uma pontuação de 53, a maior queda trimestral dos 60 países pesquisados.

NOS ESTADOS UNIDOS A CONFIANÇA CAI, MAS PERMANECE EM NÍVEL OTIMISTA - O índice de confiança do consumidor norte-americano diminuiu seis pontos no segundo trimestre, atingindo uma pontuação de 101, mas permaneceu em um nível otimista acima da linha de base. A confiança dos consumidores no Canadá, no entanto, aumentou dois pontos e atingiu o índice de 98, depois de ter diminuído seis pontos no primeiro trimestre.

SOBE A CONFIANÇA NA CHINA, ÍNDIA, JAPÃO, MAS CAI EM OUTROS 10 PAÍSES DA ÁSIA-PACÍFICO - Revertendo o desempenho do início do ano, a confiança dos consumidores na região da Ásia-Pacífico melhorou em apenas quatro países no segundo trimestre, enquanto diminuiu em nove outros. A confiança aumentou um ponto cada na Índia (131), China (107) e Japão (83) desde o primeiro trimestre. Os níveis de rendimentos mais elevados e a crescente penetração do e-commerce nessas áreas, em particular, representam importantes passos para aumentar o consumo interno. A região leste da China está liderando a transformação econômica do país com os níveis mais elevados de confiança e de intenção de gastos e onde os canais online, offline, tradicionais e de especialidades estão convergindo e incentivando escolhas mais sofisticadas de produtos.

SOBRE A PESQUISA DE CONFIANÇA GLOBAL E INTENÇÕES DE GASTOS DOS CONSUMIDORES - A Pesquisa Global de Confiança do Consumidor e Intenção de Gastos da Nielsen foi realizada entre 11 e 29 de maio de 2015 e entrevistou mais de 30.000 consumidores online em 60 países em toda a Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio/África e América do Norte. A amostra foi selecionada por cotas de idade e sexo para cada país com base em seus usuários de Internet e foi ponderada de modo a ser representativa para consumidores da Internet. A pesquisa tem uma margem de erro de ± 0,6%. A Pesquisa Global da Nielsen, que inclui o Índice de Confiança Global do Consumidor, foi criada em 2005.