sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Linx leva Chaordic e Neemu por R$ 78,6 milhões

A Linx, companhia de tecnologia de gestão para o varejo, assinou ontem os contratos para aquisição das empresas Chaordic e Neemu, com sede em Florianópolis (SC) e Manaus (AM), respectivamente. O valor pago ontem pelas duas aquisições foi de R$ 78,6 milhões à vista. O valor individual não foi revelado, mas é cerca de 50% cada uma, disse Alberto Menache, diretorpresidente da Linx.

Ambas produzem tecnologias capazes de acompanhar as buscas que o consumidor faz na web e, então, oferecer produtos e serviços adequados a seu perfil. A Linx não atuava nesse segmento. Se as duas empresas comprovarem determinadas metas financeiras e operacionais para o período 2016­2018, a Linx pagará mais R$ 32,8 milhões. Os desembolsos serão feitos na medida em que as metas forem sendo cumpridas. A receita bruta estimada para este ano de Chaordic e Neemu é de R$ 32 milhões.

As duas são concorrentes entre si. Uma não sabia que a outra também estava sendo negociada com a Linx. Embora Menache não revele o ganho financeiro em sinergias, disse que essas empresas têm menores margens que a Linx e que o objetivo é nivelar tudo em patamar superior. Um dos principais motivos da aquisição é entrar em uma área em que a Linx ainda não tinha conhecimento e expandir capacidade. Ao integrar as operações da Chaordic e Neemu, o executivo disse que com o tempo poderá racionalizar o portfólio das empresas, prevalecendo o que for melhor de cada uma. Juntas, as duas empresas têm 150 funcionários, que serão mantidos, inclusive para cumprir as metas de crescimento e desenvolvimento de novas tecnologias. Pode ser até que precise fazer contratações, afirmou Menache. As instalações de cada uma também serão mantidas em Florianópolis, Manaus e São Paulo. Com esse negócio, a Linx já soma 21 aquisições na área de software para varejo.

Os antigos donos são jovens professores universitários. Fundaram seus negócios há cerca de cinco anos. "São empresas que nasceram na era da computação em nuvem. Trabalham com massas de dados gigantescas, a maior parte do 'e­commerce' nacional passa pelos sistemas dessas empresas que estamos adquirindo", disse Menache. "São focadas no futuro, na nova forma de consumir."

O executivo continuará atento às oportunidades de aquisições. Só terá de dar tempo para integrar os novos negócios, antes de fazer mais escolhas e voltar às compras. A despeito dos impactos da crise macroeconômica, o executivo afirmou que a Linx cresce menos do que poderia, por causa do PIB menor, mas que 80% da receita líquida é recorrente, o que torna o negócio muito previsível. Além disso, disse que conta com clientes fiéis e alta taxa de renovação de contratos. A Linx registrou lucro líquido de R$ 15,6 milhões no segundo trimestre. A receita líquida subiu 23,3%, para R$ 98,7 milhões.

Fonte: Valor Economico