segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O varejo de substituição


Se vivemos tempos de crise, uma lição que as marcas têm que aprender é que o consumidor brasileiro, na maioria das situações não está deixando de comprar, está sim migrando seu consumo para alternativas de marcas ou produtos, de acordo suas necessidades.

Talvez não faça sentido para compras maiores, compras que haja a necessidade de uso de crédito para que possam ser realizadas. Imóveis, automóveis e eletroeletrônicos creio que são os mercados que de fato vem mais sentindo uma real falta de consumidores. Nesses casos específicos, realmente o consumidor está esperando um melhor momento para comprar, mesmo com as indústrias realizando fortes campanhas de incentivo.

Nos demais cenários, se pensarmos como nós consumidores ainda estamos comprando, ainda vamos ao mercado, ainda abastecemos os carros, ainda compramos roupas quando precisamos. Mas fazemos tudo da mesma maneira?

Certamente não. O consumidor brasileiro está migrando seu consumo em busca de novas oportunidades. Deixa de comprar no supermercado que oferecia marcas melhores, para buscar o que melhor oferece preço. Deixa de comprar uma roupa de uma marca importada, para comprar uma roupa de uma marca nacional de bom custo x benefício.

Nesse mercado brasileiro, dentro do atual cenário de crise, há uma certeza. Se de fato há quem está perdendo dinheiro, alguém vai sair lucrando com a crise. Dias atrás, vi numa publicação do grande Marcelo Cherto, um dos grandes especialistas de mercado que conheço uma frase que acredito que marca muito o cenário de oportunidade nos dias de hoje:

“ Não posso perder essa crise de jeito nenhum! ”

Num cenário onde seus diferenciais ainda não conseguiam conquistar um mercado dominado por uma marca maior, será que a crise não cria uma nova abertura, uma nova possibilidade? Quem sabe há hoje um nicho no qual sua marca possa explorar e conquistar novos terrenos?

Eu creio que hoje vivemos o que eu chamo de “varejo de substituição”. Não há mais tanto espaço para o que possa ser considerado supérfluo, porém, há ainda muito espaço para ser criativo e conquistar novas oportunidades. A maré baixou e só vencerá no novo mercado criado quem conseguiu criar valia em seus produtos e serviços, ou seja, naquilo que hoje oferece.

Quem ainda não fez a lição de casa, ainda há tempo, mas cada vez mais escasso. Num cenário econômico onde aparentemente os números só serão positivos a partir de 2017, não há tempo para passividade, esperando dias melhores. A hora é agora.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor
Falando de Varejo