sexta-feira, 4 de março de 2016

Rede de comida brasileira ganha espaço no concorrido mercado de franquias de alimentação

Investir no ramo de franquias, mais do que isso, oferecer um produto diferenciado na área de alimentação. Este foi o desafio abraçado pelos empresários Jhonathan Ferreira e Adriano Massi no início de 2013. A tarefa não seria fácil, afinal, alimentação é um dos ramos mais concorridos do franchising brasileiro e disputar espaço com grandes cadeias exige muito fôlego. Dispostos a ir adiante, os sócios chegaram à conclusão que faltava no mercado um restaurante delivery com comida típica brasileira, que oferecesse ao cliente a imbatível dupla arroz-feijão bem temperadinha, um feijão tropeiro de dar água na boca e um arroz de carreteiro que deixasse aquele gostinho de quero mais. “Nós tínhamos o caminho, mas naquele momento, ainda buscávamos um diferencial”, lembra Ferreira.

O diferencial veio da inspiração de uma das mais bem-sucedidas redes de franquia nacional. Se o brasileiro gosta de comida chinesa na caixinha, por que não pedir uma comida bem caseira nos mesmos moldes? Assim nasceu, em agosto de 2013, a Brasileirinho Delivery, inicialmente um ponto único, na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. No cardápio 12 pratos capitaneados pelo Brasileirinho (arroz, feijão, carne bovina, tomate, cebola, ovo, alho e cheiro verde), que dá nome à casa, a preços que não ultrapassavam na época a R$ 12. “A aceitação foi imediata, observa Everton Didone, Diretor de Expansão. “Nossa única mudança, foi desenhar um novo tipo de embalagem, também uma ‘caixa de papelão’, porém, com divisórias, para quem gosta de saborear cada ingrediente separadamente”.

Com pouco mais de seis meses de operação, os sócios partiram para a estruturação do modelo de franquia, algo que eles já planejavam desde a concepção do negócio. Foi um ano de estudo, adequação de processos, preparação de manuais e alinhamento das receitas para que fossem preparadas em qualquer parte do país com o mesmo conceito e sabor concebido pela equipe de nutricionistas da casa. A primeira franquia abriu as portas em outubro de 2014, na Asa Sul, em Brasília.

De lá para cá o crescimento superou todas as expectativas. Hoje, são 65 unidades em operação, de 140 contratos assinados, e a meta é fechar 2016 com todas em operação, 200 contratos fechados, saltando de um faturamento de R$ 13 milhões em 2015 para R$ 94 milhões este ano. Embora esteja presente na quase totalidade dos estados brasileiros, a Brasileirinho Delivery conta com maior concentração de lojas no Rio de Janeiro e São Paulo. O cardápio cresceu nesses dois anos de operação. Saltou de 12 para 20 pratos e até o final de abril ganhará outros oito, dentro do conceito de alimentação saudável. A ideia é contar no mix com seis tipos de salada e seis boxes vegetarianos, a preços que variam de R$ 12,90 (pequeno com 400 g) a R$ 15,90 (grande, com 700g), com as opções de saladas na faixa dos R$ 13,90 (700gs). “No início pensamos em operar apenas com delivery, o que pede um ponto menor, não necessariamente na avenida principal, e investimento mais enxuto”, observa Didone. “Mas, aos poucos, os próprios franqueados foram demandando um espaço para alimentação no local, preservando, entretanto, a característica de comprar o prato na caixinha”.

Everton Didone
Hoje, 40% das unidades abertas contam com espaço para restaurante e o que inicialmente tinha o perfil típico de loja de rua, ganhará, também, sua primeira unidade em Shopping Center, na cidade de Goiânia. “São as surpresas que a boa aceitação do negócio nos traz”, afirma o diretor de expansão.

Didone destaca que a Brasileirinho Delivery desenha sua expansão para todo o Brasil, em cidades acima de 50 mil habitantes, já que para alcançar rentabilidade a venda tem de ser acima de 150 unidades/dia, hoje a média das lojas é de 180 caixas. “Contamos com um sistema de acompanhamento capaz de apontar as oscilações de cada loja em poucas horas”, observa Didone. “As franquias abrem ás 10h e às 12h eu já consigo saber quantos boxes foram vendidos em todo o Brasil. Se uma unidade foge da sua média, imediatamente entramos em contato para ajudar a resolver o problema”.

Para tanto, a rede oferece um forte programa de treinamento não só para os franqueados, mas também, para o gerente e para quem comandará a cozinha. Inicialmente, eles têm de passar cinco dias na sede da franqueadora, em São José do Rio Preto, onde absorvem o dia a dia da operação, inclusive preparando os alimentos e as caixinhas para entrega. Embora inicialmente a rede planejasse atuar com uma cozinha central e distribuir os pratos semi-prontos para a rede, o que vingou, na realidade, foi uma logística muito mais simples. “Como as receitas e os ingredientes são típicos do dia-a-dia do brasileiro, os ingredientes podem ser adquiridos no mercado local e as receitas preparadas seguindo-se o passo a passo no livro e no vídeo disponibilizado aos franqueados”, reforça Didone.

Outro diferencial da rede, segundo Didone, é a participação direta do diretor operacional, Marcio Costa, na captação de investidores e na orientação das lojas na atração de novos clientes. “Uma das estratégias propostas é a busca do consumidor onde ele está, ou seja, nas empresas, nos hospitais, nas escolas”, afirma o diretor de expansão. “Com essa postura a rede não sentiu os reflexos da crise, porque está sempre ampliando seu leque de consumidores”.

Uma unidade delivery da Brasileirinho, em torno de 50 m2, exige um investimento entre R$ 60.000,00 e R$ 80.000,00, dependendo da região do país, já incluindo ponto, reforma, instalação, sem taxa de franquia. Uma loja com espaço para alimentação no local, com no mínimo 80 m2, custa cerca de R$ 80.000,00 à R$ 100.000,00.