terça-feira, 14 de junho de 2016

Aceitar cartões: Qual maquininha eu escolho?

Por Rodrigo Rasera*

Rasera, da Cappta
Foi-se o tempo em que o varejista tinha dores de cabeça só de pensar em adotar o pagamento por cartões em sua loja. O avanço da tecnologia desburocratizou o setor e fez o meio eletrônico de pagamento decolar no Brasil. Apenas em 2015 foram mais de 11 bilhões de transações de crédito ou débito no país, totalizando uma movimentação de mais de R$ 1,06 trilhão em compras, segundo a ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). Entretanto, ainda há uma grande parcela de empreendedores receosa com esse modelo, seja por medo de fraude, por conta das taxas, ou porque simplesmente não sabe como começar.

O que é preciso para aceitar tal bandeira? E para transacionar a concorrente? Qual é a melhor tecnologia para meu negócio, maquininha móvel ou fixa? É preciso compartilhar informação para desmistificar os cartões e entender qual tecnologia é mais adequada ao perfil do seu estabelecimento.

Confira:

Os primeiros passos

Tudo deve começar com a abertura de uma conta bancária para a empresa exclusivamente para aceitar pagamentos por crédito e débito. Ainda hoje, é comum encontrar pequenos empreendedores que utilizam suas contas pessoais para esse fim – o que prejudica a administração do negócio.
Depois, é preciso buscar fornecedores de hardwares e softwares que processem essas transações. Aqui é fundamental ter cuidado: os equipamentos têm que estar compatíveis com a certificação PCI-DSS (Payment Card Industry – Data Security Standard), que estabelece normas e regras nas transações financeiras eletrônicas e protegem estabelecimentos e consumidores de fraudes. Existem três modelos disponíveis, com finalidades diferentes. Entenda:

POS: é a sigla inglesa para “ponto de venda” e o formato mais conhecido pelos brasileiros, as máquinas portáteis que os garçons levam até a mesa nos restaurantes. Os equipamentos são fornecidos pelos próprios adquirentes e só aceitam cartões operados por sua fornecedora. Além disso, o POS pode funcionar por linha telefônica discada ou rede de celular, com a disponibilidade dependendo da intensidade do sinal na região. Mais utilizado por lojas, bares, restaurantes e vendedores autônomos. Geralmente, é cobrado um valor de aluguel pelo seu uso.

TEF: A Transferência Eletrônica de Fundos é um software multiadquirente – ou seja, aceita a maioria das bandeiras de cartões –, fornecido por empresas independentes dos adquirentes. O sistema utiliza uma máquina de cartões, semelhante ao POS, que fica fixa no caixa de estabelecimentos que realizam vendas em grandes volumes, como supermercados, farmácias e lanchonetes. Utiliza a Internet e links dedicados para fazer a transmissão dos dados e a tecnologia é integrada aos demais equipamentos de automação, como o software de gestão do terminal e a impressora fiscal.

Maquininha móvel multiadquirente – Compatível com os sistemas operacionais dos smartphones e notebook, utiliza um pinpad para leitura de cartões ligada por fio ou via bluetooth. Esse modelo também é independente das credenciadoras, mais econômico e une a mobilidade do POS e a versatilidade do TEF, já que aceita diferentes bandeiras de cartões. É indicado para foodtrucks, quiosques de shoppings, autônomos e estabelecimentos que não têm obrigação de utilizar o TEF com impressora fiscal.

*Rodrigo Rasera (rasera@cappta.com.br) é sócio-fundador da Cappta, empresa especializada em tecnologia para aceitação de cartões no varejo físico - www.cappta.com.br