terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O direito de errar

Por Graça Sermoud*

A tendência do Retail Lab está no centro das discussões sobre como o Varejo deve evoluir sua agenda de transformação digital. Isso porque muitos varejistas acreditam que a dinâmica do setor dificulta experimentos em meio à rotina do comércio. Neste caso, o laboratório de inovação permitiria criar um ambiente separado do dia a dia, com uma cultura totalmente digital, talentos voltados para essa agenda e com direito a errar.

Graça Sermoud
O tema ainda é extremamente novo, tanto no Brasil como no mundo e sujeito a considerações. Existe a corrente que acredita na inovação como algo intrínseco ao negócio e que não faria sentido criar um ambiente separado para testar modelos disruptivos. Os que pensam dessa forma defendem que as startups são exemplos que não possuem laboratórios de inovação e que a cultura digital está no DNA da empresa.

Para outras, o conceito de laboratório permite ao varejo arriscar modelos e pensar maneiras diferenciadas de fazer o mesmo, sem comprometer a engrenagem dos negócios e impactar a cadência da TI. Os que pensam assim estão buscando formas de implementar o modelo levando em conta a cultura digital da empresa e o estilo de negócios.

A criação de um laboratório de inovação tem sido apontada como um dos caminhos, mas não há uma receita que funcione em todas as empresas. Existem os que optam pelos Labs dedicados, criando verdadeiras startups fora da empresa com ambientes voltados à experimentação. Outros optam por manter o grupo dentro de casa, mas com equipes e agendas separadas e integrado à estrutura do business, onde o ambiente de testes é a própria loja.

E ainda temos um terceiro grupo que terceiriza o modelo contratando Labs que prestam serviços aos varejistas. O papel desses laboratórios é trazer a digitalização para dentro das organizações, concentrar esforços de inovação digital e simplificar a implantação, acelerando o processo de prototipagem e testes, além de atrair e reter talentos.

Dispensa dizer que justamente esses serviços propostos por terceiros concentram os maiores desafios para que os varejistas assumam um Retail Labs, dedicado ou não. De qualquer forma, independente da trilha escolhida, a possibilidade de ter um time pensando e experimentando inovação digital o tempo todo e ainda com sinal verde para errar sem comprometer a dinâmica da TI e dos negócios é indiscutivelmente tentadora.

Graça Sermoud é especialista em tecnologia para o Varejo e organizadora do Congresso TI & Varejo