O fim do varejo como conhecemos?

É incrível como a revolução digital pela qual ainda estamos passando está transformando a maneira como consumimos e nos relacionamos com marcas e produtos.

Convidado para uma entrevista para o segmento de supermercados, me perguntaram sobre tendências e como essas poderiam influenciar o mercado.

Eu acredito que mais do que falarmos pontualmente de tecnologias, como o impacto de tecnologias como RFID ou Realidade Virtual ainda poderiam trazer ao mercado, seja interessante termos uma visão um pouco mais ampla e que nos permite observar que na verdade o varejo e as relações de consumo depois de serem transformadas pela revolução e fusão dos canais, agora passa pela revolução da segmentação.

Embora ainda falamos em supermercado, não faz sentido que no futuro próximo esse hoje segmento seja entendido como um business de “abastecimento residencial”? Os consumidores estão cada vez mais trocando os canais de compra e recebimento, não sendo mais necessários os espaços para a aquisição dos bens, e podendo retirar esses da forma que quiser, até mesmo entregando em casa ou retirando via drive-thru. Até mesmo a “curadoria” de produtos e marcas já é oferecida por algumas empresas, evitando para quem não tem tempo, que se tenha o trabalho de escolher entre produto, preço e marca.

E da mesma maneira, como os demais segmentos serão impactados por novas empresas e tecnologias? Será que o segmento não dará vez ao abastecimento de nossas necessidades cada vez mais automatizado? Maslow novamente?

Pet Shop? E uma assinatura mensal de rações, tratamentos, e até mesmo vacinações de acordo com a idade e tipo de seu bichinho?

Combustível? Desde o ano passado, já surgiram no mercado algumas startups se iniciando pelo mundo do delivery de combustível.

Purple permite receber combustível "delivery"

Moda? Curadorias virtuais já entendem as necessidades e o lifestyle de seus consumidores, e já oferecem guarda-roupas completos (e por vezes até mesmo temporários)

Não dá para afirmar o que vai acontecer, mas nada será como hoje está.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor
Falando de Varejo