terça-feira, 20 de junho de 2017

Como os minimercados podem adotar diferenciais para concorrer com as grandes redes?

Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae aponta estratégias para os
empreendedores utilizarem como vantagens competitivas na busca pelo consumidor

A busca do consumidor por praticidade e conveniência tem gerado um importante diferencial competitivo para mercearias e minimercados, setor que tem apresentado crescimento superior ao de super e hipermercados devido a fatores como o atendimento personalizado e localização próxima ao cliente. É o que aponta relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae voltado ao setor varejista, que destaca este perfil de comércio como o segundo maior segmento de pequenos negócios do país.



No Brasil, os minimercados e mercearias representam mais de 599 mil estabelecimentos, responsáveis por 48% do crescimento do setor supermercadista em 2015 - no total de vendas, representam uma fatia de 35% do total comercializado no varejo nacional. O consumidor que realiza compras nos minimercados e mercearias vai uma vez por semana ao ponto de venda, frequenta por conta da proximidade do estabelecimento, se sente mais conhecido por quem trabalha no local e realiza compras rápidas e diárias (açougue, padaria, hortifruti, laticínios, mercearia e frios), com tíquete médio entre R$ 38 e R$ 42.

O modelo de negócio de minimercados e mercearias tem crescido e as grandes redes observam esse movimento, tanto que muitas delas têm inaugurado lojas de bairros para competir mais diretamente nesse mercado. Ainda assim, os minimercados e mercearias têm vantagens competitivas como agilidade na adaptação de atendimento ou no mix de produtos, valorização de produtores locais, proximidade com a comunidade, atendimento personalizado e especializado, o que ajuda a criar laços com clientes. Por outro lado, entre os pontos fracos destes negócios frente às redes de grande porte estão a baixa taxa de profissionalização da gestão, falta de atrativos (iluminação, climatização) para consumo, mix de produtos e espaço limitado, baixos estímulos à compra, como promoções e ações de marketing.

Por isso, uma estratégia eficiente para competir com concorrentes de grande porte deve envolver:

Atendimento: capacitar equipe para realizar excepcional atendimento ao cliente, uma vez que é o principal diferencial ante os concorrentes;

Estrutura: investir para tornar a loja atraente, agradável, organizada e limpa, atentando para: iluminação, climatização, sinalização, layout, pintura, limpeza, etc.

Mix de produtos: conhecer os hábitos e necessidades dos clientes para desenvolver um mix de produtos adequados a eles e ao tamanho de sua loja;

Digital: ter presença digital por meio de site, Google e mídias sociais para ser encontrado. Importante também criar estratégias para marketing digital e usar redes sociais como canais de venda (WhatsApp e Facebook), com pessoal capacitado para realizar as vendas e se comunicar com os clientes por estes meios;

Segmentação: escolher um nicho de mercado pode ser uma opção, como por exemplo, minimercado especializado em itens para dietas de celíacos;

Fornecedores: seleção de fornecedores de qualidade, preferência a produtores locais e negociação de valores para oferecer preços competitivos são algumas opções;

Gestão: profissionalização da gestão, com a implementação de controles para redução de custos e composição de preços mais competitivos.

Outras dicas importantes sugeridas pelo SIS Sebrae a empreendedores de minimercados e mercearias são:

Invista no associativismo: nem sempre as empresas que atuam no seu mesmo segmento são suas concorrentes. Elas podem ser parceiras em uma associação ou rede de cooperação. Em nível nacional, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é a entidade que representa este segmento. Porém, é possível criar uma rede de cooperação com empreendimentos de sua cidade ou dos municípios mais próximos. Para ter mais orientações sobre o assunto e obter assistência, entre em contato com o Sebrae de sua região.

Fique atento ao estudo Brasil Food Trends 2020, que destaca tendências de alimentação e de comportamento do consumidor para os próximos anos.

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