sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Varejo registra crescimento de 2,3% em Novembro

Com 4 meses de alta consecutiva, desempenho medido pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) aponta consistência na recuperação do varejo brasileiro




A receita de vendas do comércio varejista brasileiro registrou alta de 2,3% em novembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado, após descontada a inflação aplicada aos setores do varejo ampliado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta sexta-feira (15).

“O ICVA vem evidenciando uma melhora no desempenho do varejo brasileiro. Já estamos no quarto mês consecutivo de crescimento, com cada vez menos setores e regiões apresentando retração", comenta Gabriel Mariotto, gerente da área de inteligência da Cielo.

Vale ressaltar que o desempenho do mês de novembro de 2017 ainda foi levemente prejudicado pelo calendário, por conta da distribuição dos feriados em dias de semana diferentes de 2016. Ajustados estes efeitos, o índice apontaria uma alta de 2,6%, uma aceleração em relação a outubro na mesma base de comparação (0,7%).

Em termos nominais, o ICVA apresentou alta de 3,0% em novembro sobre um ano antes. Descontados os efeitos de calendário, o índice nominal aponta também uma aceleração na passagem de outubro para novembro: de 1,6% para 3,3%.



BLACK FRIDAY

A Black Friday vem se consolidando no Brasil, a cada ano, como a data comemorativa que mais cresce em faturamento, na comparação com o ano anterior. As vendas realizadas na sexta-feira de descontos (24/11) apresentaram crescimento de 11,9% em relação à edição de 2016.

Considerando o período entre quinta-feira (23/11) e domingo (26/11), o ICVA nominal registrou crescimento de 8,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já no E-commerce a performance foi ainda maior, com crescimento nominal de 20,8%.

“Estes resultados da Black Friday contribuíram para alavancar o ICVA de Novembro”, comenta Mariotto.

INFLAÇÃO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em novembro pelo IBGE registrou alta de 2,80% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto outubro havia registrado 2,70%. Esse resultado, assim como aconteceu no mês passado, foi impulsionado pelos preços dos itens do setor de Habitação – que não impactam diretamente o comércio varejista.

Assim, ponderando o IPCA pelos setores e pesos do varejo ampliado, a inflação ficou em 0,7%, uma leve desaceleração em relação a outubro (0,9%).

SETORES

Os setores que ainda apresentam retração em relação ao mesmo mês do ano passado já foram minoria em novembro.

O grande destaque positivo de novembro foi o setor de Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, que teve alta expressiva e acelerou em relação a outubro. Este resultado foi bastante influenciado pela Black Friday, já que a data tradicionalmente impulsiona vendas de artigos destes setores.

O grupo de setores que comercializam Bens Não Duráveis mostrou de um lado Supermercados e Hipermercados se recuperando bem após um início de ano com desaceleração, e por outro Postos de Combustíveis, que continua com retração, desde o início do ano.

Por fim, o setor de Serviços acelerou na comparação com o mês passado, com destaque positivo para Alimentação - Bares e Restaurantes e Turismo e Transportes.

REGIÕES

Em novembro, apenas a região Centro-Oeste registrou desaceleração no varejo, medida pelo ICVA deflacionado, de 0,5% em outubro para 0,2% em novembro.

O varejo ampliado no Sul e Norte teve alta de 5,0% e 4,9% no período, respectivamente. Já o Nordeste e Sudeste tiveram crescimento de 4,0% e 1,9%.

Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque foi para a região Sul que registrou alta de 5,6%. As regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Centro-Oeste registraram altas de 4,6%, 4,3%, 2,3% e 1,5%, respectivamente, neste indicador.







SOBRE O ICVA

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,5 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.

COMO É CALCULADO

A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

ENTENDA O ÍNDICE

ICVA Nominal – Indica o crescimento da receita nominal de vendas no varejo ampliado do período, comparando com o mesmo período do ano anterior. Reflete o que o varejista de fato observa nas suas vendas.

ICVA Deflacionado – ICVA Nominal descontado da inflação. Para isso, é utilizado um deflator que é calculado a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, ajustado ao mix e pesos dos setores contidos no ICVA. Reflete o crescimento real do varejo, sem a contribuição do aumento de preços.

ICVA Nominal/Deflacionado com ajuste calendário – ICVA sem os efeitos de calendário que impactam determinado mês/período, quando comparado com o mesmo mês/período do ano anterior. Reflete como está o ritmo do crescimento, permitindo observar acelerações e desacelerações do índice.