quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O que podemos esperar sobre tecnologias na NRF?

Nesse próximo final de semana, boa parte do varejo brasileiro estará de olho nas novidades e tendências da 108ª NRF’s Big Show, o maior e mais tradicional evento de varejo do mundo, que acontece tradicionalmente todo ano em Nova Iorque.

Além das palestras, um dos grandes destaques está na área da Expo, que com mais de 700 fornecedores, e áreas destinadas à inovação e startups, apresenta conceitos, soluções e tecnologias que podem se tornar padrões do mercado, buscando otimizar operações e criar melhores experiências.
A tônica nos últimos anos estava no uso cada vez maior de dados, com foco na inteligência artificial e sua aplicação em relação a big data, ou em como transformar os dados hoje disponíveis, como métricas de gestão ou desempenho em insights e ações. Na ultima edição, se as tecnologias mostraram maturidade e inovação em relação à compilação e complexidade dos dados gerados, se mostraram próximas, mas ainda não ideais, na questão dos insights.



É inegável o impacto que as transformações do mercado chinês e o conceito de “new retail” (e que será tema de algumas disputadas palestras no evento) irão causar na questão de soluções e tecnologias.

Pessoalmente, imagino que as soluções de meios de pagamentos serão de grande interesse do público nessa edição. Diversos mercados, incluso o mercado brasileiro, já começam a estudar o impacto de como soluções iguais ou similares ao WeChat e o AliPay irão moldar o relacionamento entre empresas e consumidores no futuro de seus mercados. Algumas empresas brasileiras, como Magazine Luiza e Mercado Livre (Mercado Pago), entre outras, vêm anunciando iniciativas de desenvolvimento de aplicativos alinhados à essa nova realidade.

A maneira de se pagar poderá mudar também. Sistemas que possibilitem o pagamento através de maneiras inusitadas que passam do reconhecimento facial, até mesmo o reconhecimento de digitais ou palma da mão, são esperados, imaginando um futuro com menor necessidade de se utilizar dinheiro ou cartões para o processo de pagamento.

Na mesma linha, o foco em autosserviço será ainda mais intensificado, pensando em lojas autônomas, na esteira de exemplos não somente vindos da China, como a rede de supermercados Hema, mas até mesmo modelos já em processo de rollout nos Estados Unidos, como o modelo da Amazon Go, a loja de conveniência autônoma da Amazon, sem a necessidade de caixas ou funcionários, que já conta com cerca de 10 unidades. Dessa forma, acredito que boa parte dos conceitos de “Loja do Futuro”, que sempre são alardeados por diversos expositores, principalmente players como Intel, Microsoft e IBM, irão flertar cada vez mais com esse novo modelo de compra.

Há grandes expectativas sobre soluções do Startup Zone, que no ano passado apresentaram novidades, porém ainda pouco maduras para implantação ou em seus modelos de negócio. Como o mercado de startups globalmente falando vem se tornando cada vez mais maduro, com crescimento dinâmico, são esperadas tecnologias mais “prontas” e factíveis à realidade do varejo, talvez também para o varejo brasileiro.

O futuro começa semana que vem.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor | @falandodevarejo