quarta-feira, 30 de julho de 2008

O grande concorrente

Em toda minha vivência de varejo, principalmente quando tenho a oportunidade de conversar com proprietários de lojas de pequeno porte, vejo estes apontando como grande responsável pela queda de vendas o varejo de grande porte, no caso, o Home-Center.

O que caracteriza a venda de uma loja de pequeno porte ? No caso do varejo de construção, além da CONVENIÊNCIA, que seria a resposta mais correta, também temos caracterizada a venda de produtos de primeira fase de uma obra (em outro artigo, vamos falar sobre as fases de um cliente de construção, aguardem).

Mas se falamos em conveniência, porque será que os home-center seriam uma ameaça ao negócio ? Os pequenos lojistas tem como imagem que os consumidores teriam por preferência ir à um home-center do que em uma loja de bairro, independente da compra.

O fato é que no caso da conveniência, como o chuveiro que queimou e precisa de uma resistência, a lâmpada que precisa ser trocada ou algumas pilhas, nenhum consumidor costuma a ir à um varejo grande. Sabe que lá irá encontrar grandes filas, demora para estacionar, e uma serie de outros fatores, que nao compensam a ida ao loca. Uma loja de bairro, mais próxima, em muitos casos, é muito mais conveniente.

Entretanto, os grandes formatos de varejo tem se fundido, e por muitas vezes, confundido em algumas características: Lojas de móveis que vendem eletrodomésticos, lojas de home-centers que vendem geladeiras e produtos de pet shop, e supermercadistas que vendem até mesmo produtos de informática.

Quem pensava em comprar computador em um supermercado há uns 10 anos atrás ?

O fato é que muitos clientes estão abandonando à ida às lojas de bairro, principalmente pelo sortimento novo dos varejos. Se a lâmpada queimou, por que eu tenho que ir até o depósito da esquina, se hoje preciso ir ao supermercado ? Pq. nao comprar tudo de uma vez ?

Em hipermercados já é possível encontrar até mesmo tinta com marca própria !
Em um futuro nao tão distante, a unica diferença entre um home-center e um hipermercado, é que um ainda venderá hortaliças, enquanto o outro venderá tijolos.

No meio termo entre essas duas pontas, estará tudo embolado.

Quem ganha com isso ? O consumidor que tem maiores opções e por consequência ofertas e a indústria, que passa a ter mais canais para vender seus produtos.

Por outro lado, os formatos e por consequência, as marcas, perdem força de expressão na mente do consumidor. Abre-se um novo caminho para home-centers e hipermercados aumentarem ainda mais seu mix de produtos.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo