segunda-feira, 4 de agosto de 2008

E o tiro saiu pela culatra: Shopping Cidade Jardim














O jornal FOLHA DE SÃO PAULO deste ultimo domingo (04/08/08), publicou uma matéria interessante sobre o shopping Cidade Jardim.

Em um artigo passado, eu falei como eu achei completamente mal planejado o conceito do shopping, e, que em seu resultado, trouxe apenas algumas lojas, baseadas apenas no nome que carregam, para compor o mix de lojistas.

Mesmo sendo um espaço de luxo, o caráter do shopping seria o de complementar a vida dos moradores das torres, localizadas logo acima do mesmo. O que se encontra são apenas algumas marcas de artigos de luxo, faltando melhores opções para alimentação, e serviços como o de um supermercado, ou empório, por exemplo. Tem algo mais útil do que um supermercado “anexado” à nossa residência.

Pois bem, o artigo da folha descreve como a decisão de colocar um ponto de ônibus na frente do shopping, de modo a transportar a “massa” de funcionários, acabou por atrair também um novo tipo de publico, de castas mais baixas, uma vez que o terminal atende linhas de bairros de periferia da cidade.

Acostumados ao padrão luxo, os freqüentadores do shopping têm de conviver com o publico vindo da periferia, o que vem chamando a atenção e torcendo os narizes de alguns.
Alguns comentários são mais do que hilários, parecendo até mesmo caricatos.
São dois lados totalmente opostos: De um lado, um publico de alto poder aquisitivo, que procura a exclusividade do espaço, do outro, um publico proveniente da periferia, que apenas está “curiosa” sobre o tão falado shopping center. Nada mais do que natural.

Não atiro pedra no comercio de luxo, nem destrato o comércio popular. São Paulo tem espaço para todos os gostos e todos os bolsos. Tudo é questão de posicionamento.

Entretanto, a grande lição desse artigo, me lembra alguns casos relatados no livro de Paco Underhill, “Vamos às compras !”, onde ele descreve que em algumas situações, o que criamos para complementar ou melhorar o negócio, onde no caso acima, pensava-se em uma maneira mais fácil de escoar toda a massa que trabalha no edifício, como as domésticas e babás, por exemplo, e acabou por criar uma dor de cabeça ao shopping.

Por hora, acredito que se trata apenas de curiosidade sobre o novo espaço, até porque estamos falando de lojas caríssimas, que dificultam o acesso à todos. Acredito que com o tempo, esse ritmo dos novos visitantes caia, e com isso, os consumidores alvo terão novamente a exclusividade de seu espaço. Certos ou não, shoppings são e sempre serão espaços públicos, abertos à todos.


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
http://falandodevarejo.blogspot.com