quarta-feira, 4 de março de 2009

Análise: Evento ACSP - NRF 09 - Tendências de mercado para sair da crise



Estive ontem no evento promovido pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), sobre a NRF ´09 (National Retail Federation), onde os palestrantes expuseram interessantes abordagens sobre o que foi visto, e principalmente sobre a crise que preocupa a todos.

Palestraram no evento: Edmour Saiani, da Ponto de Referência; Ricardo Pastore, da ESPM; Prof. Dr. Francisco Alvarez, da Trade Marketing Assessoria e Henry Fuckner da Bematech S.A.

Num auditório completamente lotado, foi apresentado que a crise foi a grande tônica da NRF, e os palestrantes puderam apresentar diversas abordagens sobre as alternativas.

Em síntese, a grande saída apontada para a crise (lá fora) é a busca constante da fidelização de clientes, assim como criar valia na marca e no ponto de venda, de modo a ganhar diferencial de mercado e potencial de venda.

Alguns podem estar se perguntando: De novo essa história ? Não muda nunca ?

A grande questão, é que mesma tendo sido apontada durante anos como duas das mais fortes tendências, muitos varejistas não adotaram essas estratégias, e inclusive negligenciaram fortemente estas criando formatos como as discount stores, onde o único foco é preço, em detrimento dos serviços prestados. Na época em que o consumo era alto e o mercado estava aquecido, pegou e vendeu bem. Hoje...

Lojas de preços elevados sem qualidade de benefícios oferecidos estão no caminho do desastre. Criar valia é apontada como a grande saída por todos os palestrantes.

Há muito tempo já falamos também que preço nunca deve ser diferencial de mercado, e sim uma consequência. Que quanto maior a valia, menor a importância do valor de um produto. O cliente paga pela qualidade, pela marca, e nao pelo produto em si.

Entretanto, se antes tudo isso parecia apenas uma opção, uma maneira de melhorar as vendas, se a crise realmente chegar (entretanto já atinge fortemente alguns segmentos do varejo), hoje denota como uma estratégia de sobrevivência.

Se chegar à todos, só sobreviverão no mercado aqueles que já estiverem preparados, que já tiverem conquistado o coração e o bolso do consumidor.

A lição é uma só: Preparar-se.


RELEASE DO EVENTO, emitido pela ACSP.


ACSP reúne especialistas de varejo em evento sobre tendências para 2009

Entender mais profundamente o comportamento do mercado, em tempos de crise ascendente, é fundamental para sobreviver no mundo globalizado. Atenta aos novos rumores que ganharam notoriedade em todas as áreas do ciclo financeiro, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nesta primeira semana de março, reuniu grandes nomes do setor de varejo para debater as tendências discutidas na National Retail Federation (NRF).

Parte da comitiva de brasileiros que visitou a feira, em janeiro deste ano, discutiu tendências nacionais e internacionais, avaliando sua aplicação no Brasil e os impactos que isso pode representar no ambiente do varejo.

Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante a abertura do evento, fez uma análise conceitual do momento interno vivenciado pelo país. Ouvimos falar muito sobre a crise nos últimos meses. O que tenho pregado, em se tratando de varejo, é que consultemos nossos clientes. Venderemos aquilo que o mercado quer comprar e a queda de otimismo jamais deve ser transferida aos nossos funcionários. O momento é de união, de olharmos o concorrente como parceiro e buscarmos soluções objetivos conjuntos, destacou Burti.

Edmour Saiani, sócio da Ponto de Referência Capacitação Empresarial em Gestão Estratégica de Atendimento, tratou do varejo e das peculiaridades brasileiras no cenário da crise. Sobreviver a esse período depende da capacidade de cada um, pois o que mata o varejo é a mesmice. Precisamos acreditar em mudanças, até porque elas serão às responsáveis por incrementar os negócios futuros. O importante é acreditar, investir e fazer o que se gosta”, disse Saiani.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Estudos de Varejo da ESPM e sócio do GrowBiz Group, onde é responsável pela Divisão de Consultoria de Varejo, Ricardo Pastore, o jeitinho brasileiro que falta aos americanos pode compensar no cenário interno. Percebemos na NRF que os americanos estão em um momento difícil, na verdade, de encerramento de um ciclo. Essa feira confirmou o cenário e, apesar da crise, o evento manteve sua finalidade de fomentar conhecimento, disse Pastore, afirmando que é imprescindível o uso da tecnologia para integrar o varejo de forma estratégica.

Com o intuito de aprofundar as perspectivas econômicas e de negócios no varejo, o segundo bloco resgatou temas como tendências e as novas tecnologias que serão implementadas no setor. O Dr. Francisco Alvarez, professor dos cursos de graduação de marketing da USP e dos MBA da ESPM e da FIA, resgatou conceitos trabalhados na feira norte-americana. Nós nos deparamos com uma previsão de fechamento de 76.000 varejistas americanos no primeiro semestre. O que se criou, na verdade, foi um conflito de realidade dentro das empresas que está sendo equacionado com o término da especulação nas Bolsas de Valores. O que está por trás de tudo, daqui por diante, será a gestão eficiente dos negócios, declarou Alvarez.

Henry Fuckner, diretor de Negócios Corporativos da Bematech S.A., empresa multinacional brasileira de automação comercial, enfatizou que os grandes desafios enfrentados atualmente são o gerenciamento e a fidelização dos clientes, a melhoria da rentabilidade e o aprimoramento constante dos processos. Um grande caminho que devemos percorrer, neste ambiente tecnológico, é o de investir em ações de interatividade. Tecnologia não é o fim, é o meio. A forma que todos vão utilizá-la para atrair o cliente fará a diferença neste ambiente pela evolução dos negócios, finalizou Fuckner.

Sobre a ACSP:

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus mais de 100 anos de história, atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, tem estado sempre ao lado do pequeno, médio e grande empresário. No ambiente de negócios, especialmente no ciclo do crédito, a ACSP administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que dispõe do mais moderno e completo banco de dados de informações comerciais, com dados de pessoas e empresas e cobertura nacional.


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
http://falandodevarejo.blogspot.com/