terça-feira, 17 de março de 2009

Matérias: Entrevista para Exclusivo Online - Iluminação de lojas.



Publicada no Exclusivo Online


Recomendação do especialista é dosar iluminação uniforme com um foco dirigido para realçar produto

Caio Camargo é Arquiteto e MBA em Marketing. Especialista em PDV e assuntos ligados ao varejo, como merchandising e atendimento, é autor do blog “Falando de Varejo” (http://www.falandodevarejo.com.br/).

Caio Camargo falou ao Jornal Exclusivo sobre como aproveitar a iluminação da sua loja para vender mais.

De uma forma geral, o que deve ser considerado pelo lojista na hora de pensar a iluminação de sua loja?

Caio Camargo - Na verdade, tudo vai variar de acordo com o posicionamento da loja no mercado. Lojas de perfis mais populares possuem a necessidade de um ambiente melhor iluminado, muitas vezes de maneira uniforme. Para as lojas de perfil mais sofisticado, é possível, dependendo da situação, criar lojas quase escuras, com apenas pequenos feixes de luz iluminando e realçando os produtos. Na cabeça do consumidor, quanto mais claro, mais barato, mais popular, quanto mais amena e sofisticada a iluminação utilizada, mais cara a loja.

Como deve ser feita a iluminação da vitrine?

Camargo - Para vitrines vale o mesmo conceito, entretanto, deve se levar em consideração as seguintes características: Uma vitrine muito iluminada, chama a atenção, mas ofusca a visão e faz com que o produto perca o foco. Passam a ver a luz, e não os produtos. Em contrapartida, uma vitrine mal iluminada, mal é percebida pelo consumidor. A recomendação é de dosar uma iluminação uniforme não muito intensa, buscando realçar algum produto ou promoção em especial, com um foco dirigido.

E dentro da loja, a iluminação deve ser diferente para corredor, expositor, caixa, etc?

Camargo - Tudo vai deve ser relativo ao posicionamento que o lojista possui, e se este deseja realçar ou não algum setor em especial. Nos grandes formatos de varejos, como home-center ou supermercados, como tendência, temos uma iluminação branca e de aspecto mais frio no contexto geral da loja, e em determinadas áreas ou setores no qual se deseja criar um referencial “natural” de iluminação, aplicam-se pergolados especiais com iluminação levemente amarelada (imitando a luz natural), de aspecto mais quente. Quanto mais próxima a iluminação chegar ao aspecto natural de utilização, melhor é vendido o sonho, o desejo de consumo, e por conseqüência, facilita a compra. Em hipermercados, televisores são expostos em zonas escuras, como estamos acostumados a assistir em casa ou em home-theaters, frutas e verduras são expostas em situações de luz natural, como nas feiras livres.

Em uma loja de pequeno porte, como deve ser a iluminação?

Camargo - Deve buscar homogeneidade, de modo a que o espaço da loja possa ser remodelado constantemente, sem necessidade de alteração do sistema de iluminação. Assim sendo, móveis, gôndolas e prateleiras podem variar de local, sem sofrer variação de iluminação. O que pode ser criado, são alguns elementos complementares à esta iluminação, de modo a realçar e criar destaque, apenas quando necessário.

Há diferenças entre a iluminação de uma loja de shopping e uma de rua? Explique.

Camargo - Sim. A grande variável é a incidência de iluminação natural na loja, na maioria dos casos, ausente nas lojas de shopping. Se por um lado, uma boa iluminação natural favorece o lojista na hora de pagar a conta de luz, às vezes até dispensando a iluminação durante o dia, por um outro lado, esta pode prejudicar o aspecto que a loja deseja passar, principalmente para lojas de alto padrão. Em muitos casos, mobiliários, cores aplicadas e até mesmo o modelo de loja, tem que sofrer alterações quando uma loja de shopping abre uma filial em um ponto comercial na rua. No caso do shopping, a grande facilidade é exatamente esta. A loja permanece sempre com o mesmo conceito, não importando a hora do dia.

Que outros cuidados devem ser tomados?

Camargo - Se por um lado, desejamos enriquecer e melhorar a experiência de compra do usuário por meio da iluminação adequada, o grande cuidado que devemos ter é em relação à influência da iluminação sobre as cores dos objetos. Num home-center, por exemplo, a tonalidade da iluminação pode influenciar na compra de pisos e louças, gerando problemas futuros em relação ao cliente. O cliente compra um produto imaginando que este seja “meio amarelado”, quando na verdade é branco. A iluminação prejudicou a escolha.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
@falandodevarejo
http://falandodevarejo.blogspot.com/