quinta-feira, 12 de março de 2009

Notícias: Fecomércio propõe medidas para expansão do pequeno varejo

Notícia publicada no site da Revista INCorporativa

Estudo desenvolvido pela entidade aponta que entraves internos, mercadológicos e do setor público dificultam o crescimento das micro e pequenas

As micro e pequenas empresas podem ser consideradas um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira. Diante da grande importância deste setor a Fecomercio desenvolveu o estudo Entraves ao Desenvolvimento das micro e pequenas empresas no Brasil. O trabalho contribui na investigação dos principais problemas e propor medidas que possam contribuir ao desenvolvimento e conseqüente aumento da competitividade das micro e pequenas empresas espalhadas pelo território brasileiro.

O estudo aponta que entraves internos, mercadológicos e do setor público dificultam o crescimento do pequeno varejo brasileiro. "Ressaltamos a ausência de ações, de políticas efetivas e duradouras capazes de enfrentar os problemas, de assegurar o apoio e o fortalecimento desse universo", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), os pequenos negócios representam cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado ao início de 2009 em R$ 2.970 bilhões, são responsáveis por 67% do pessoal ocupado no setor privado, e constituem quase a totalidade dos estabelecimentos formais existentes. Porém, apenas quatro empresas, entre dez, conseguem sucesso depois de decorridos cinco ou seis anos de atividade.

De acordo com o estudo da Fecomercio, a boa administração de um empreendimento é o ponto crucial para o desenvolvimento de qualquer negócio. "Muitas vezes os recursos são escassos, mas geralmente é o despreparo profissional associado a outros fatores, que comprometem os resultados da gestão como ausência de espírito empreendedor e de planejamento prévio, dificuldade de identificar os custos, formar preços, entre outros", diz Szajman.

Em relação à concorrência entre as empresas, os pequenos negócios são os mais prejudicados, principalmente pelo elevado grau de informalidade das pequenas empresas. Além disso, sofrem com a concorrência de grandes players, que têm grande poder de negociação com fornecedores. "Com os impactos negativos da elevada concentração de mercado pela ação das grandes empresas, as micro e pequenas ainda encontram dificuldades de se organizar com outras empresas para viabilizar compras em conjunto", explica o presidente da Fecomercio.

Segundo a pesquisa, o setor público contribui ainda mais para intensificar a vulnerabilidade dessas empresas. Alguns fatores já são conhecidos, como a elevada carga tributária, a alta burocracia trabalhista e a dificuldade no acesso ao crédito para capital de giro ou investimentos.

A partir destes diagnósticos, a Fecomercio propõe alternativas para eliminar o imbróglio às micro e pequenas empresas. Uma delas é criar medidas de alívio fiscal e financeiro, com subsídios para a abertura de empresas, além de determinar período de carência para as novas empresas e parcelamento de dívidas fiscais.

"Outra necessidade é a criação de uma linha de crédito especial, composta por recursos do Recolhimento Compulsório sobre os depósitos à vista dos bancos comerciais, destinada ao financiamento para o capital de giro. Além disso, espera-se a criação do seguro de crédito, do fundo garantidor de empréstimos, entre outras ações", diz Szajman.

O estudo ainda traz sugestões de medidas de impacto socioeconômico, como a justa concorrência, estímulo à gestão empresarial e modernização tecnológica das micro e pequenas empresas. "Temos bastantes desafios para o desenvolvimento do pequeno varejo, que oferece enorme potencial na geração de empregos", finaliza.

Sobre a Fecomercio
A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa 151 sindicatos patronais, que abrangem cerca de 600 mil empresas, um universo que corresponde a 10% do PIB brasileiro e gera em torno de cinco milhões de empregos.