quarta-feira, 29 de abril de 2009

Encontros RDI – Little

Ola a todos

Tive a oportunidade de participar ontem (28/04) de uma reunião da séria “Encontros” da RDI, sigla para Retail Design Institute, onde os convidados foram os executivos da LITTLE, Bruce Barteldt e Brian Dyches, escritório norte-americano que trouxe interessantes e inovadores conceitos sobre o varejo.

Uma das maiores tendências apresentadas vem de encontro à um dos tópicos que vem sempre sendo defendidos aqui no blog: o trabalho de estratégia de marca para buscar valia para o varejo.

A grande maioria dos varejos, principalmente brasileiros, carece de identidade. São estabelecimentos que apenas vendem. Segundo a Little, a primeira fase de um trabalho consiste na elaboração da identidade do varejista, o que nao se expressa somente através da identidade visual da marca, que pode até auxiliar no modo de atrair e reter clientes, mas principalmente na identidade da marca do ponto de vista estratégico, ou seja, sua posição perante o mercado: a definição de quem voce é, o que voce oferece e para quem voce pretende vender.

Apenas vender um produto mais barato não significa mais que o consumidor irá comprar em sua loja. O varejo deve buscar tornar-se um parceiro do consumidor, buscando não oferecer produtos, e sim soluções ao seu consumidor. Aos olhos do consumidor, as soluções sobressaem a questão de preço. Quando encontro uma solução, ou seja, é criada a valia, o valor passa a ser um fator secundário de importância.

Como sempre venho colocando aqui no blog, e que foi dito também durante a apresentação: posicionamento de mercado e estratégia de marca, não são mais tendências, e sim necessidades de mercado. Aquele que acredita que possa vender para todos, na verdade, acaba não vendendo para ninguém. De acordo com o pessoal da Little, a promessa, a imagem que o produto passa (a imagem da marca), é hoje muito mais importante que o próprio produto. E o valor da marca somente é conseguido através de estratégia e posicionamento.

E esse não é um trabalho simples, ou de rápida resolução. O posicionamento da empresa é uma questão tão séria e importante que chega a levar cerca de oito meses até sua definição. Para a tomada de decisão é necessária a aprovação de todos os envolvidos, além de todos os dados necessários para a segurança da tomada de decisão. Somente a partir dessa definição é que são iniciados os trabalhos de desenho e formatação de propostas e layouts. A grande maioria dos varejistas deseja “visualizar” rapidamente os resultados, através de desenhos e propostas. Isso é um erro, segundo os profissionais da Little – Antes de definir a estratégia da marca, nada deve ser feito em termos de propostas ou design.

Além disso, não existe trabalho bem executado se o próprio empresário ou varejista não estiver preparado para a mudança. Achou isso estranho? Acredite, muitos empresários hoje contratam empresas exigindo enormes mudanças, sem estarem preparados para isso. O simples “buscar” algo diferente, causa arrepios à alguns varejistas, principalmente aquele de administrações familiares e tradicionais.

Um outro ponto interessante da apresentação foi sobre uma nova tendência de mercado, as “POP-UP stores”, pontos de venda criados pela indústria para vender seus produtos de forma sazonal. São lojas criadas apenas por um determinado tempo, apenas para divulgação de um produto, ou ainda para aproveitar um período ou data interessante para a marca ou produto. Um exemplo é a recente abertura de uma loja da Kibon, na Rua Oscar Freire, apenas para a divulgação do sorvete MagnuM (voce pode ver o post o qual comentamos sobre o assunto clicando aqui).

O varejo precisa hoje de fluidez e dinamismo. Quem não busca se atualizar, acaba engolido pelo mercado.

Para saber mais sobre o RDI, acesse o site http://www.retaildesigninstitute.org/
(site em inglês – informações sobre o Brasil na seção “Chapter” – Sao Paulo)

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
www.falandodevarejo.blogspot.com