segunda-feira, 25 de maio de 2009

Confiança em relação à economia sobe e retoma ao patamar pré-crise, aponta Fecomercio

A melhora do cenário internacional, do nível de atividade interna e da taxa de câmbio já traz aos economistas uma perspectiva mais clara em relação ao futuro da economia. Com isso, o Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE), analisado pela Fecomercio em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), registrou em maio alta de 10,3% em relação a abril, passando de 83,7 pontos para 92,4 pontos. Esta é a segunda alta consecutiva, que já alcança o patamar de confiança um pouco maior ao que estava no início da crise, quando registrava em outubro do ano passado 86,5 pontos.

Mesmo com esse resultado, o ISE permanece no campo do pessimismo, ou seja, abaixo de 100 pontos. Segundo Guilherme Dietze, economista da Fecomercio, o índice geral pode voltar para o patamar de otimismo no próximo mês. “Agora os resultados têm se mostrado um pouco melhores do que o mercado esperava, tornando mais claro o que vem pela frente”, afirma.

De acordo com o ISE, praticamente todos os itens analisados já estão no patamar otimista como o Cenário Internacional (132), o Nível Atividade Interna – Produto Interno Bruto – PIB (116,6) e a Taxa de Câmbio (131,2). Porém no campo do pessimismo ainda estão Taxa de Inflação (99), Oferta de Crédito ao Consumidor (88,5), Nível de Emprego (83,9) e Salário Reais (76,7). Segundo Dietze, já se percebe otimismo com relação às expectativas nesses três aspectos. “A tendência atual do PIB é de elevação influenciando positivamente emprego e consequentemente renda já no curto prazo.”

O resultado mais pessimista ficou novamente com os gastos públicos. Os economistas acreditam que estes irão aumentar tanto no curto prazo quanto daqui a um ano. O índice específico desse item caiu de 41,7 em abril para 38,2 em maio.

O ISE é resultante da análise do índice de sentimento da economia atual e do índice da economia futura. O indicador atual teve um aumento de 28,2%, o que impulsionou o resultado geral. “A melhoria no resultado do teste de estresse dos bancos dos Estados Unidos, a tendência de novas quedas da taxa básica de juros (Selic) e as políticas de estímulo ao consumo, específico para a linha branca, geraram essa elevação”, explica Dietze. Porém essa mesma avaliação ainda se encontra no patamar de pessimismo: 71,4 pontos.

Em relação ao índice da economia futura, daqui a um ano, o indicador aponta uma elevação mais discreta de 1,4%, porém ainda permanece pelo segundo mês no patamar de otimismo, com 113,4 pontos. Somente em relação à Taxa de Juros (85,1) e aos Gastos Públicos (36,5), os economistas estão pessimistas e acreditam que a Selic estará inadequada daqui a um ano e que os gastos públicos ainda vão aumentar. “A avaliação que pode ser feita é que está havendo um ajuste na opinião dos economistas e a tendência é a de que o índice geral continue subindo.”