terça-feira, 12 de maio de 2009

Fecomercio aponta que paulistano está mais confiante em relação ao futuro da economia

A expectativa da estabilidade de preços e os estímulos pontuais do governo para expandir a atividade econômica aumentaram mesmo que de forma ligeira a confiança dos consumidores paulistanos em maio. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fecomercio apresentou uma ligeira alta de 0,7% em relação ao índice do mês anterior, registrando 125,7 pontos. Entretanto, em comparação com igual período do ano passado, o indicador registrou queda de 15,6%. O ICC varia numa escala de 0 a 200 pontos, indicando pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima desse patamar.

De acordo com a análise da entidade, o pequeno aumento do índice neste mês ainda envolve muitas incertezas devido ao momento da instabilidade macroeconômica do país. Porém vale destacar o aumento de confiança por parte dos paulistanos com 35 anos ou mais, que registrou uma variação de 6,8% chegando a 131,1 pontos. “Esse otimismo pode ser explicado pela crença em que os desdobramentos da atual conjuntura não afetarão as expectativas”, explica Thiago de Freitas, economista da Fecomercio.

No caminho contrário, os consumidores com menos de 35 anos demonstraram maior insatisfação neste mês, apresentando uma queda de 4,4% chegando a 131,5 pontos. Freitas acredita que esse resultado deve-se à falta de experiência com períodos de crise, que no atual cenário faz diferença na análise entre os mais jovens daquela feita entre os mais velhos.

A análise do ICC é composta por dois indicadores: o Índice das Expectativas do Consumidor (IEC), que determina a percepção dos consumidores em relação à situação futura, e o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), que mede o grau de otimismo em relação à situação presente. O IEC apresentou variação mensal de 1,2%, registrando 131,3 pontos.

Por sua vez, o ICEA apontou uma ligeira queda de 0,1%, registrando 117,4 pontos. “É importante ressaltar que o resultado apurado pelo ICEA está relacionado diretamente com a percepção que o consumidor faz sobre sua segurança em termos de emprego e renda”, afirma.

Freitas explica que a discordância entre o IEC (1,2%) e o ICEA (-0,1%) é o fato de que o consumidor, embora apreensivo e cauteloso quanto ao atual panorama macroeconômico, principalmente em termos de emprego e rendimentos, ainda mantém boas perspectivas para sua situação futura, acreditando que o nível de atividade econômica pode se recuperar no médio prazo.

Quanto à segmentação por faixa de renda, destacam-se os consumidores com renda superior a 10 salários mínimos, normalmente com maior acesso à informação e com melhores condições para uma avaliação mais pontual. Houve um aumento de confiança de 9,3%, chegando a 132,4 pontos. Em relação ao sexo, os homens foram os principais responsáveis pela queda do ICEA com baixa de 2,2%, atingindo 119,4 pontos. “Os homens partem de um patamar mais elevado com relação ao ICEA, e essa diferença de comportamento pode representar um ajuste de expectativas entre os sexos”, conclui o economista da Fecomercio.

Histórico

Após quatro quedas consecutivas, em fevereiro, o índice teve alta de 6,8% em relação a janeiro e atingiu 132,9 pontos. Em março, o indicador teve novamente uma diminuição de 3,5%, registrando 128,2 pontos. A queda se repetiu em abril, quando o índice apontou - 2,6%, registrando 124,9 pontos.

Nota Metodológica

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela Fecomercio desde 1994. Os dados são coletados junto a cerca de 2.100 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 90, a equipe econômica da Fecomercio adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no país, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.

Fonte: Fecomercio