quarta-feira, 6 de maio de 2009

Varejo tem queda de 1,2% no faturamento do 1º tri

Publicado no site de Miriam Leitão

O faturamento do comércio no estado de São Paulo fechou o 1º trimestre com queda de 1,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A boa notícia é que em março houve crescimento de 2,5% na comparação com o mesmo mês de 2008. Então houve uma reversão nessa queda no último mês.

Esse resultado reforça os números da pesquisa que o IBGE também faz sobre o comércio. Ele não foi tão afetado pela crise como foi a indústria. Primeiro, porque não depende tanto das exportações, segundo, porque itens mais baratos realmente não sofreram queda no consumo, e os mais caros, como automóveis, foram beneficiados pelas reduções de impostos por parte do governo.

Em março, o setor que mais cresceu no faturamento foi o de Farmácias e Perfumarias (14,6% em relação ao mesmo mês de 2008). De acordo com a Fecomércio, isso é reflexo do aumento da massa real de rendimentos, ou seja, poder de compra dos trabalhadores.

Depois disso, veio o comércio automotivo (alta de 13,4% também na comparação com março de 2008). Aqui, não precisa nem explicar, é reflexo dos corte de IPI, que impulsionou as vendas de automóveis.

Já as lojas de departamento tiveram aumento dos rendimento em 1,6% no mês, também na comparação com o mesmo mês de 2008.

De acordo com o economista Fábio Pina, da Fecomércio, a expectativa é que o comércio mantenha um faturamento estável no 2º trimestre deste ano, na comparação com o anterior. Ele diz que é muito cedo para fazer previsões sobre como o ano acabará.

- Tudo dependerá do resultado das desonerações na linha branca e dos materiais de construção. Por outro lado, o desempenho do setor industrial pode influenciar o comércio. Se a produção continuar baixa, o mercado de trabalho sofrerá uma piora e isso terá impacto negativo sobre o consumo - disse Fábio.

Um exemplo para mostrar como as reduções de IPI tiveram efeito sobre o consumo de bens duráveis pode ser feito comparando o resultado do setor automotivo com o de eletrodomésticos e eletrônicos. Enquanto o primeiro teve alta (leia acima), o segundo registrou queda de 12,9% em março e 10,7% no trimestre. A expectativa de Fábio Pina é que a redução do IPI na linha branca melhore essas vendas.

O faturamento real das lojas de material de construção apresentou queda de 5,2%, e as perdas no primeiro trimestre deste ano chegam a 8,6%. Segundo a Fecomercio, as lojas do setor também devem ter um desempenho melhor por conta de redução do IPI em materiais de construção e do aumento de linhas de crédito para pequenos empreendimentos.

Outros dois setores do varejo paulista tiveram queda no faturamento. Nos supermercados, redução de 7,3% no faturamento em março, a primeira queda do ano, e perdas acumuladas de 1,2% no trimestre. Já vestuário, tecidos e calçados teve queda de 10,4% em março e está com perdas de 7,3% no faturamento real no trimestre.

Leiam aqui a íntegra do comunicado da Fecomércio.