Enxergando sinais de desaceleração da inadimplência, o Banco do Brasil volta à carga esta semana com mais medidas de ampliação do crédito para varejo e pequena e média empresa.
"A inadimplência está começando a reduzir. Estamos com uma visão mais otimista", disse o vice-presidente de novos negócios de varejo e cartões do BB, Paulo Rogério Cafarelli, à Reuters em entrevista na noite de sexta-feira.
O índice de inadimplência da carteira de crédito do BB chegou a 2,7 por cento no final do primeiro trimestre de 2009, menor do que a média do mercado, ante 2,4 por cento no mesmo período do ano passado. Os grandes bancos de varejo têm dito que esperam aumento da inadimplência até meados do terceiro trimestre.
Segundo Cafarelli, os segmentos de crédito consignado, financiamento de automóveis e de cartões de crédito devem liderar a expansão do crédito de varejo, aumentando a fatia do setor na carteira total do BB em 2009.
E o anúncio de uma nova parceria no setor varejista, em que o BB vai começar a emitir cartões American Express, trará Cafarelli a São Paulo na próxima quarta-feira. Com acordos, o BB contra-ataca depois de o Bradesco ter comprado o Banco ibi, braço financeiro da rede de lojas C&A, no início do mês, dobrando sua base de cartões.
"É um setor muito dinâmico", despistou Cafarelli, afirmando que a base de cartões do BB ultrapassou as 80 milhões de unidades e que o objetivo do banco é elevar seu market share no faturamento do setor, dos atuais 17 por cento para 22 por cento nos próximos anos.
O faturamento do BB em cartões, que somou 66 bilhões de reais em 2008, deve superar os 70 bilhões de reais este ano, segundo Cafarelli.
O banco estatal, que nas últimas semanas anunciou uma série de medidas de estímulo ao crédito para pessoa física, incluindo extensão de prazos e redução de taxas do crédito imobiliário e para a compra de automóveis, vai levar as iniciativas também para o setor corporativo.
"Com inadimplência menor, nossa capacidade de conceder crédito aumenta", disse Cafarelli.
Nesta segunda-feira, o BB anunciou a ampliação do limite de crédito com recebíveis para 303 mil micro e pequenas empresas que são clientes da instituição financeira. Com isso, a oferta de financiamentos pelo BB a esse universo pode crescer em até 11,6 bilhões de reais.
Fonte: O Globo
