
A empresa discorda e diz as operações brasileiras não serão afetadas pela situação da matriz americana.
Outra consequência para a GM no Brasil, segundo Wong, é a redução de recursos.
"Provavelmente a matriz deverá sofrer com a necessidade de drenagem de capital da subsidiária, tirando caixa da unidade brasileira, deixando-a, portanto, com menor capacidade de investimento. Em uma decisão anormal, a GM norte-americana pode optar por um modo intervencionista e interromper a remessa de dividendos para o Brasil", afirma.
Essa falta de recursos deve gerar uma preocupação na empresa brasileira em manter a competitividade mercadológica de seus produtos, pois além da falta de caixa, ela terá de aprender a funcionar sem a tecnologia que importava.
"A GM Brasil é 99% dependente do desenvolvimento de produtos europeus. Ela precisa muito da base tecnológica da Opel, que é a filial europeia da GM. Com a venda da Opel, a GM americana terá que desenvolver muito mais a tecnologia da filial brasileira, além de fazer mudanças e adaptações para que ela consiga funcionar", afirma.
Dada essa cooperação entre as duas filiais, Wong explica que seria interessante que as duas ficassem nas mãos de um mesmo comprador, o que não deve acontecer já que o consórcio Magna, que levou a GM europeia, já descartou seu interesse em levar a brasileira.
Para Wong, neste processo de venda de ativos da GM, a Fiat pode ter desperdiçado uma chance importante para seu desenvolvimento futuro.
"A aquisição das filiais brasileira e europeia seria interessante à Fiat, que é altamente dependente do mercado italiano. A Opel, por exemplo, tem muita diversificação na Europa e, embora não tenha a liderança em nenhum país, ela tem penetração, o que daria uma plataforma para a Fiat sair do reduto italiano", diz.
Fonte: Ana Carolina Lourençon/UOL Economia