quinta-feira, 18 de junho de 2009

Endividamento e inadimplência dos paulistanos caem pelo segundo mês consecutivo

O aumento da confiança do consumidor contribuiu para a melhoria dos indicadores da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor em junho

Pelo segundo mês consecutivo, o endividamento das famílias paulistanas apresenta queda, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomercio. Em junho, o total de famílias endividadas atingiu 49%, frente aos 52% registrados em maio. Em relação ao mês de junho do ano passado, o nível de endividamento das famílias permaneceu estabilizado em 49%.
“O aumento da confiança do consumidor é um dos fatores que favoreceu a melhoria dos resultados da PEIC deste mês, influenciado, principalmente, pela continuidade da expansão da oferta de crédito ao consumidor, expectativa de redução da taxa de juros, bem como as medidas pontuais do governo para o aquecimento da economia”, afirma Adelaide Reis, economista da Fecomercio.
Segundo a pesquisa, melhores indicadores também foram observados em junho tanto no porcentual de famílias com dívidas em atraso (inadimplentes), que vem se reduzindo, como no índice de famílias que acreditam que não terão condições de pagar suas dívidas nos próximos meses, que baixou para 5% em junho, depois de ter alcançado 8% em maio.
A PEIC indica que houve uma pequena redução no total de famílias com contas em atraso (inadimplentes) no município de São Paulo em junho (20%) em relação aos meses de maio (21%) e abril (22%). “No momento, o consumidor mostra-se mais confiante nos rumos da economia, o que se reflete positivamente na redução da inadimplência“, reitera Adelaide.
Entre os tipos de dívida mais utilizados pelas famílias paulistanas esse mês, o cartão de crédito aparece como líder com 63%, contra 58% em maio. “Em junho, o volume de crédito ao consumidor vem apresentando rápido crescimento, com aumento das operações de crédito em praticamente todos os segmentos”, destaca Adelaide.
No que se refere ao prazo médio de comprometimento da renda dos consumidores com dívidas, a pesquisa apura que, em junho, as maiores incidências acontecem nos prazos entre 3 e 6 meses, com 28% do total e no período superior a um ano, com 27% do total. Em relação ao tempo de atraso da dívida, a PEIC revela que 32% dos consumidores estão com dívidas atrasadas entre 30 e 60 dias, enquanto outros 30% têm atrasos superiores a 90 dias.
Ao analisar quanto da renda do consumidor está comprometida com dívidas, a PEIC mostra que, em junho, 50% das famílias paulistanas estão com até 30% da sua renda familiar mensal comprometida com dívidas. Em maio, 53% das famílias estavam nessa situação.

Perspectivas do endividamento e da inadimplência
A PEIC indica que as famílias paulistanas continuam cautelosas e planejam não assumir dívidas nos próximos meses. Em junho, 88% dos entrevistados não pretendem assumir qualquer tipo de dívida, contra 89% em maio.
Na análise de Adelaide, os índices de endividamento e de inadimplência das famílias do município de São Paulo devem continuar oscilando em função de mudanças nos indicadores de emprego e renda, taxas de juros e oferta de crédito nos próximos meses. Os resultados da PEIC mostram tendência de queda no endividamento das famílias paulistanas ao longo dos últimos dois meses. “Apesar da continuidade da expansão da oferta de crédito observada em junho, as taxas de juros ao consumidor ainda permanecem bastante altas, comprometendo, ainda que potencialmente, a renda das famílias”, finaliza.

Nota Metodológica
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela Fecomercio desde fevereiro de 2004. Os dados são coletados junto a cerca de 1.360 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Das informações coletadas são apurados importantes indicadores: nível de endividamento, percentual de inadimplentes, intenção de pagar dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando-se três faixas de rendas, duas faixas de idade, distinguindo-se entre homens e mulheres. A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.