sexta-feira, 5 de junho de 2009

Negociação direta ganha força no varejo do Ceará

Produtores do Estado comemoram a chegada de uma nova linha de venda direta para redes de varejo. O Grupo Wal-Mart lançou um programa que possibilita a comercialização de itens cearenses sem passar por atravessadores

A negociação direta entre produtor e redes varejistas de supermercados é uma tendência que já começa a ser consolidada no Ceará. Líderes de câmaras setoriais de comércio estão empolgados com a chegada do Clube dos Produtores, um programa que possibilita a comercialização, sem intermediários, entre pequenos produtores e a rede Wal-Mart, que detém as marcas Hiper Bompreço, Bompreço e Maxxi Atacado, no Ceará.
A fórmula, lançada ontem para o Estado, é simples. Os produtores negociam diretamente com o departamento de vendas e assim evitam tratar com atravessadores, o que reduz custos. Em contrapartida, como os itens vêm de dentro do Estado, evitam-se fretes longos, no que resulta em maior qualidade e produtos perecíveis mais frescos. No Ceará, o programa será destinado às lojas Bompreço.
Na Região, o modelo está em Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte, beneficiando 2.500 famílias e comercializando mais de 200 itens, entre frutas, verduras, queijos, derivados do leite, doces e geléias.
O vice-presidente do grupo Wal-Mart, no Nordeste, José Rafael Vasquez, diz que a venda dos produtos é um dos maiores problemas enfrentados pelos pequenos e médios produtores da Região, principalmente pela dificuldade na negociação para se conseguir um preço justo. O Clube dos Produtores é uma iniciativa, segundo Vasquez, que ajudaria a reduzir o problema. "É excelente meio de escoamento da produção e é bom para quem vende e para quem consome", avalia.

Fornecedores

Segundo a articuladora da Unidade de Acesso a Mercados, do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE), Mônica Tomé, recentemente houve negociação parecida no Estado. "Com a chegada da fábrica da Danone, agrupamos cerca de 100 fornecedores locais para prestar serviço à indústria. Queremos fazer o mesmo com o Bompreço".
No entanto, Vasquez faz uma ressalva. "É um trabalho pragmático. Tem que ser rentável para nós, para produtores e clientes", lembrou.

Fonte: Carlos Henrique Coelho/ O Povo OnLine