No Rio, proporção de varejistas que investem em comunicação cresceu de 1% para 13% este ano
Comerciantes do estado do Rio de Janeiro apostam em publicidade para impulsionar as vendas do Dia dos Namorados deste ano, especialmente no setor de eletroeletrônicos, de acordo com estudo da Federação do Comercio da região (Fecomercio-RJ). A expectativa da entidade é de crescimento de 10,1% no faturamento em relação a 2008.
Para sustentar a elevação esperada, a proporção de varejistas que investiram em divulgação saltou para 13% este ano, frente 1,8% registrados no ano passado. Em 2007, não houve investimento nessa área, segundo estudo da entidade que consulta 475 filiados. “É um crescimento extraordinário. As lojas geralmente se preparam aumentando estoques e fazendo promoções”, afirma Gabriel Santini, economista da entidade.
Ele avalia que, com as estratégias de mídia, os empresários tentam estimular os clientes a gastarem com outros produtos o dinheiro poupado pela diminuição do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) da linha branca. “O comércio está procurando esse nicho, o consumidor que está com essa sobra de dinheiro por causa da redução do IPI dos demais produtos.”
O imposto está mais barato desde abril para geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa e tanquinhos. “Não é que vão dar fogão e geladeira, mas o dinheiro que estava separado vai sobrar. Aí vão comprar máquinas fotográficas digitais e uma série de produtos que são trocados pelos namorados”, diz Santini. Ao lado do setor de eletroeletrônicos, empresas de telefonia celular ocupam a liderança nos gastos com divulgação.
Shoppings
Entre os lojistas de shopping, a expectativa de crescimento das vendas é menor: 3% em relação ao ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). A despesa média do consumidor deve ficar em R$ 100, voltada para perfumes, pelúcias, chocolates finos, calçados e roupas.
Otimismo
Terceira melhor época para o comércio, o Dia dos Namorados deve levar o faturamento do varejo a um nível maior que o registrado em maio, já que o resultado no Dia das Mães – que só perde para o Natal - decepcionou. A expectativa é de Santini, da Fecomercio-RJ.
“Mês de maio é sempre bom, porque as pessoas já se livraram das contas. Mas o consumidor ficou muito temeroso, com muito mais medo de comprometer a renda”, diz Santini.
Luis Augusto Ildefonso, diretor da Alshop, pondera: “não que o quadro seja funesto, negro, nada disso”. Segundo ele, a desaceleração já era esperada. As vendas cresceram 4% em maio, ante expectativa de 5% a 6%.
Segundo Santini, o otimismo em junho se baseia no aumento do crédito para o consumidor, aumento da massa salarial e dados positivos da economia internacional – como a queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e o aumento nas vendas do varejo na zona do euro.
“Pelo que se houve de especialistas, pelo que se vê, espera-se um segundo semestre como sempre foi, melhor que o primeiro e talvez neste ano com uma melhoria mais acentuada que no primeiro”, avalia Ildefonso, da Alshop.
Fonte: Clarice Sá Abril.com
