A reta final da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de automóveis novos e a promessa de retomada do tributo pode afetar o mercado de usados. A taxação incide apenas sobre os veículos 0km, mas a redução das alíquotas promovida pelo governo há seis meses acabou afetando as vendas de seminovos, pois as concessionárias de usados se viram obrigadas a também reduzir seus preços. Agora, se o IPI voltar a subir a partir do dia 30, ainda que de forma gradativa, a tendência é a de que os consumidores retomem a procura por seminovos.
O problema é que, se esse mercado voltar a se aquecer, os preços também subirão.
- Os carros 0km servem de base para o mercado. Se os preços subirem, os usados vão acompanhar. Até porque estão com valores muito baixos - afirmou o presidente da Associação das Agências de Veículos Usados do Rio de Janeiro (Aavurj), Isio Kelner.
A desvalorização dos usados foi de até 20% desde dezembro do ano passado - bem acima da queda de preços dos carros novos, de até 7,5%. Dessa forma, a elevação do IPI não será tão ruim para o mercado de seminovos, diz o presidente da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Ilídio dos Santos:
- Tivemos que reduzir as margens de lucro para competir com os automóveis novos. Com o aumento do imposto, nossas condições poderão voltar ao normal. Vendas em recuperação
O presidente da Fenauto comenta que as vendas de seminovos melhoraram, mas ainda não se recuperaram dos efeitos da crise financeira.
- Temos um potencial de crescimento muito maior do que o do mercado de carros novos, mas não temos uma ampla divulgação. Se o consumidor fizer uma pesquisa, verá que dá para comprar um carro completo de poucos anos atrás com o mesmo valor pago por um 0km básico.
Fonte: Mario Campagnani / Extra
