quarta-feira, 15 de julho de 2009

Consumidores pretendem comprar mais, mas utilizarão menos crédito

Os consumidores vão comprar mais, mas pretendem gastar menos com os produtos adquiridos e utilizar menos o financiamento. Esta é a conclusão da Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo, referente ao período de julho a setembro, divulgada hoje pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em conjunto com a Felisoni Consultores e Associados.

A pesquisa revelou um recorde na intenção de compras para o terceiro trimestre. Dos 500 paulistanos entrevistados, 74,2% afirmaram ter a pretensão de consumir ao menos um bem das dez categorias abordadas pelo estudo nos próximos três meses.

No mesmo período do ano passado, este percentual era de 61,8%, enquanto em 2007, ficava em 56,2%. "As condições de consumo se mostram muito mais favoráveis no terceiro trimestre, do que no mesmo períodos dos anos anteriores. As pessoas realmente querem comprar mais", afirmou Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração do Varejo da FIA (Provar).

Entre o terceiro trimestre do ano passado e este ano, a intenção de compras de automóveis, por exemplo, cresceu 41,2%. Para materiais de construção, houve um avanço de 27%, enquanto para eletroeletrônicos o acréscimo foi de 32,6%. "O consumidor vai continuar sendo sensível às ofertas e à desoneração fiscal", explicou Nuno Fouto, um dos coordenadores do estudo.

Por outro lado, a pretensão do valor a ser gasto por produto consumido mais uma vez apresentou redução, na comparação com o ano passado. Das dez categorias de produtos do levantamento, apenas quatro tiveram elevação da intenção de gastos. As maiores quedas foram verificadas no setor de eletroportáteis (-89,6%) e de móveis (-40,5%)

Os gastos com automóveis são um exemplo de ampliação das perspectivas, com alta de 0,5% na comparação anual. Em bases trimestrais, também se verifica uma evolução nos valores. No primeiro trimestre de 2009, as pessoas pesquisadas se mostravam aptas a pagarem R$ 22,2 mil por um automóvel, em média. No período que vai de abril a junho, este valor caiu para R$ 15,8 mil, mas foi seguido de uma recuperação, com as intenções do terceiro trimestre atingindo o valor médio de R$ 21,5 mil.

Ao mesmo tempo, os entrevistados se mostraram reticentes com relação ao crédito. "As pessoas querem comprar mais, em menores parcelas. Querem diminuir o grau de exposição", afirmou Felisoni. Os destaques neste sentido ficaram para o segmento de móveis, cuja parcela de consumidores que têm intenção em comprar a prazo passou de 72% no segundo trimestre para 65,4% agora. Os eletroportáteis também surpreendem, saindo de 50% para 16,7%. "As condições mais favoráveis de crédito ainda não foram sinalizadas nas expectativas das pessoas", explicou o coordenador do Provar.

Fonte: Vanessa Dezem / Valor Online