quarta-feira, 22 de julho de 2009

Internet influencia 15% das vendas no varejo

Quando vai às lojas de rua ou shopping, a estudante de direito Nádia Gomes Marçal, de 21 anos, geralmente acessa a internet para verificar lançamentos de produtos e averiguar preços praticados pelo comércio varejista, até para ter uma base na hora de decidir pela compra. “Sei que se eu comprar pela internet, posso pagar mais barato pela mesma mercadoria, mas nunca fiz isso. A pesquisa prévia serve para que não perca tempo andando de loja em loja”, disse a universitária.

Nádia faz parte de um tipo de consumidor apontado em pesquisa, divulgada recentemente pela F/Nazca em parceria com o Datafolha. O levantamento destacou que 15% das compras de rua e shopping passam pela internet. A maioria deles tem mais de 16 anos e não dispensa a consulta prévia. Entre 2.117 entrevistados em diversas regiões do País, 63% acessam a rede de casa, 60% optam pelos sites das lojas e 58% admitem que a opinião de outros internautas influencia na iniciativa de compra. Conforme a F/Nazca, essa alternativa de pesquisa tem impacto sobre aproximadamente R$ 51 bilhões das vendas no comércio varejista.

Consultor técnico do Sebrae em Goiás, o economista Alexandre Braga confirma a realidade mostrada pela pesquisa. “Fiz um trabalho com o segmento de ótica e um empresário me disse que seus clientes têm pesquisado os produtos, modelos e preços pela internet, antes de ir às lojas”, exemplificou. Na opinião dele, a internet está deixando de ser instrumento meramente doméstico, cultural, para se tornar uma “arma” na hora de fechar negócios.

O especialista assume que ele mesmo é um “pesquisador nato” da web. “Hoje em dia, você pesquisa produtos eletrônicos, eletrodomésticos e até mobiliários pela internet. Com isso, podemos fazer comparações de preços e não perder tempo circulando no trânsito”, ressaltou. “A empresa que não tem um site está fora do mercado, principalmente para esse tipo de consumidor, que pesquisa tudo antes de comprar”, reforçou.

O estudo da F/Nazca-Data Folha ainda apontou que 12,6% dos brasileiros – ou seja, 16,5 milhões de pessoas –, já adquiriram produtos ou serviços on-line e que, entre eles, 72% fizeram a conexão de suas casas. Além disso, a assiduidade é um ponto marcante no perfil deste consumidor: no Brasil, 83% dos 66 milhões de internautas – entre os entrevistados na pesquisa – entram na web pelo menos uma vez por semana e 32% já transformaram esse hábito em rotina.

Outra pesquisa, desta vez do Ibope Nielsen Online, mostrou que em maio deste ano o número de usuários ativos da internet passou para 34,5 milhões, no País, considerando todos os lugares possíveis para acesso – residências, trabalho, escolas, lan houses, bibliotecas e telecentros. Em fevereiro de 2009, o número de usuários brasileiros residenciais era de 22 milhões, segundo dados do Ibope/NetRatings. Isso significou um salto de 56,7% a mais, se comparado aos resultados observados em fevereiro de 2006.

Um levantamento realizado com 600 participantes da conferência Campus Party Brasil – maior evento de inovação tecnológica e entretenimento eletrônico em rede do mundo – destacou que 29% fazem uso da internet por diversão, 25% para desenvolvimento profissional e vantagens financeiras e 24% para aprendizagem e educação.

Fonte: Marjorie Avelar / Hoje