O Grupo Pão de Açúcar comprou o restante das ações da rede atacadista Assai, cujo controle foi adquirido pela varejista em novembro de 2007. Quando o acordo foi assinado, os antigos donos do Assai, Rodolfo Junji Nagai e Luiz Fumikazu Kogachi, ainda ficaram com 40% do capital da empresa, além de permanecerem na gestão do dia-a-dia dos negócios.
Por essa participação, o Pão de Açúcar vai pagar agora R$ 175 milhões, em três parcelas de R$ 25 milhões. A primeira será depositada dez dias após a assinatura do contrato; a segunda será paga em 15 de dezembro de 2009 e a terceira, no dia 15 de janeiro de 2011.
As informações foram divulgadas na sexta-feira à noite em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Hoje pela manhã, o Pão de Açúcar realiza com teleconferência com analistas e encontro com a imprensa.
Os controladores do Assai poderão receber, no dia 15 de janeiro de 2011, uma quarta parcela no valor de R$ 25 milhões caso sejam " concretizadas algumas condições adicionais acordadas entre as partes " , informa o fato relevante. Os valores serão corrigidos pela variação do CDI .
O Assai é controlado por uma empresa de propósito específico, a Barcelona Comércio Varejista e Atacadista S.A., cujo acordo de acionistas deixará de vigorar após a aquisição de todo o capital pelo Pão de Açúcar.
Em entrevista concedida à imprensa na semana passada, Claudio Galeazzi, presidente do Pão de Açúcar, respondeu que a companhia constituiu um comitê para avaliar fusões e aquisições e que está atenta à oportunidades. Sobre a possível aquisição de uma segunda rede de atacarejo, Galeazzi não quis especificar os alvos da empresa.
Em ocasiões anteriores, a administração do Pão de Açúcar havia declarado que não tinha pressa em comprar os 40% restantes do capital do Assai e que estava satisfeito com a sociedade.
Com a aquisição do Assai, o Grupo Pão de Açúcar ingressou em um novo segmento do varejo alimentar, conhecido como " atacarejo " . Nesse modelo de negócio, as lojas vendem tanto no atacado (em caixas) como para o consumidor final (em embalagens fracionadas). Por ser um mercado desconhecido para o grupo Pão de Açúcar, os ex-controladores do Assai continuaram participando da gestão dos negócios mesmo após a aquisição.
Fonte: Claudia Facchini / Valor Econômico
