quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Índice de Preços no Varejo mantém alta de 0,10% em julho

Índice apresenta mesma elevação verificada em junho, novamente por conta do aumento dos preços dos produtos alimentícios

O Índice de Preços no Varejo (IPV) da Fecomercio em julho teve uma elevação de 0,10%. Esta é a quinta alta consecutiva do indicador, mas confirma um movimento de desaceleração, que já foi percebido em junho, quando o IPV também registrou alta de 0,10%. De janeiro a julho, o índice acumula alta de 0,52% e, em 12 meses, 1,30%. Dos 21 grupos analisados, 11 registraram queda nos preços. “Esta é a primeira vez, no ano, que o número de grupos em queda é maior do que os que registraram alta”, afirma Júlia Ximenes, economista da Fecomercio.

Os alimentos continuam puxando a alta do índice em virtude das condições climáticas, que prejudicam a safra de alguns bens. A consequência é a redução da oferta e a alta dos preços dos produtos finais, que influenciam diretamente os setores de Supermercados, Feiras, Açougue e Padaria. Segundo Júlia, os produtos alimentícios devem continuar pressionados nos próximos meses devido às condições climáticas.

As maiores pressões foram nos segmentos de Supermercados e Feiras. O primeiro passou de uma elevação de 0,53% em junho para 0,52% em julho, acumulando alta de 2,39% em 2009. As variações mais relevantes foram: Leites (4,41%), Adoçantes (6,26%), Aves (3,17%) e Cereais (3,87%).

Já o segmento de Feiras teve alta de 2,02% ante a queda de 4,10% em junho e acumula nos primeiros sete meses do ano elevação de 4,78%. As maiores variações ficaram por conta das Frutas (4,24%), Aves (1,55%) e Legumes (1,95%).

Drogarias e Perfumarias também apresentaram alta de 0,85%, acumulando nos primeiros sete meses do ano aumento de 7,36%. O resultado de julho foi influenciado pela variação de 1,01% em Drogarias, enquanto os produtos de Perfumarias registraram alta de 0,12%. Remédios tiveram incremento de 1,01% e Produtos Farmacêuticos 1,33%.

Gripe suína e inverno

Júlia explica que, além da preocupação com a gripe suína, o período costuma ser de alta nos preços em virtude das baixas temperaturas e do tempo seco, que aumenta a incidência de problemas respiratórios. “Não se pode descartar o aquecimento das vendas do setor que de acordo com a nossa Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista da (PCCV) de junho, apresentaram alta de 11,1% somente no primeiro semestre do ano”, acrescenta a economista.

Após quatro quedas consecutivas, Combustíveis e Lubrificantes registraram alta nos preços de 0,50%. Segundo Julia, as quedas verificadas nos meses anteriores retratavam os efeitos dos estoques elevados, mas agora há indícios de que a produção não deve crescer no mesmo ritmo que a demanda e os preços devem ser pressionados. Combustíveis elevaram-se em 0,48% em julho ante a queda de 1,27% em junho. Já Lubrificantes passaram de uma alta de 0,12% em junho para uma elevação de 1,08% em julho.

Outros segmentos que finalizaram julho com preços mais elevados foram: Padarias (0,32%), Eletroeletrônicos e outros e Óticas (0,37%), Materiais de Escritório e outros (0,38%) e Livrarias (0,30%).

Reversão de alta

As liquidações de queima de estoque para a entrada da coleção primavera-verão reverteram o ciclo de alta dos preços de Vestuário, Tecidos e Calçados. Após quatro elevações consecutivas, alta de 0,13% em junho, o segmento registrou queda de 0,76% em julho.

O setor de Veículos também teve redução de 0,41% em julho, após duas altas consecutivas (junho: 0,24% e maio: 0,29%). A queda dos preços verificada em Veículos Usados (-0,88%), Motocicletas Usadas (-0,80%) e Motocicletas Novas (-0,62%) contribuiu no resultado no mês. Segundo Júlia, em relação aos Veículos Novos, o benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já não surte efeito nos preços em virtude da retomada do ritmo de vendas desses automóveis. Com isso, Veículos Novos acusaram estabilidade (0,01%) ante a alta de 1,25% em junho.

Já o segmento de Móveis e Decorações finalizou julho com queda de 1%. O resultado pode ser atribuído à desaceleração das vendas da atividade, que tende a pressionar os preços para baixo. Porém, em sete meses, o segmento acumula alta nos preços de 2,17%.

O setor de Açougue teve queda em julho de -0,31% devido à redução dos preços da Carne Bovina (-1,02%), que dentre Aves (+3,17%) e Carnes Suínas (+0,66%), tem o maior peso no segmento.

Outras atividades que finalizaram julho com preços menores foram: Autopeças e Acessórios (-1,01%), Floriculturas (-1,29%) e setores que tiveram redução do IPI, como Eletrodomésticos (-0,49%) e Material de Construção (-0,27%), com destaque para a queda de 0,40% na Linha Branca. Júlia acredita que, para o próximo mês, esses dois segmentos, que ainda são beneficiados com a redução do IPI, devem continuar com queda nos preços.