segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Matéria: Atendimento aos 'tweens' deve ser especial

Olá !
Veja essa matéria que saiu publicada no Jornal Exclusivo, na qual participei, sobre o mercado "tween".

por Lia Nara Bau

O especialista em marketing, ponto-de-venda e varejo Caio Camargo (São Paulo/SP), salienta que, quando falamos de 'target' (alvo), a principal diferença entre um pré-adolescente e um adolescente está no fato de que o primeiro, na maioria das situações, ainda é dependente dos pais ou parentes durante o processo de compra. “Os adolescentes, mesmo sendo financeiramente dependentes, já compram de forma independente, escolhendo seus produtos. Entretanto, essa cena muda de acordo com a região ou o nível de acessibilidade à informação”, pondera.

No entanto, ele diz que com o avanço da informação dentro da sociedade a qual as crianças se desenvolvem cada vez mais depressa (através de estímulos como música, tv, internet, entre outras mídias as quais os pais não tinham acesso), essa dependência vem sendo cada vez menor. “Essa avalanche de informações está criando um pré-adolescente que já decide e escolhe seus produtos e marcas favoritas, o que representa um prato cheio para indústrias e empresas que saibam utilizar isso em seu favor, como o licenciamento de personagens e personalidades que caiam no gosto deste consumidor”, aponta.

ATENDIMENTO - Diante de um segmento tão complexo, atender esse público pode, muitas vezes, se tornarum desafio para a loja que não estiver devidamente preparada. Para o especialista em vendas Dominic de Souza (São Paulo/SP), a melhor forma de atender esse público é com respostas objetivas e diretas. Outra dica importante é construir um cenário baseado nas informações que ele passar. “Se o tween mencionar que está interessado em algum produto porque os colegas da escola estão falando, elabore a partir desta informação, não tente advinhar”, ressalta.

Identificar esses consumidores na hora do atendimento, contudo, é um pouco mais simples. Quando não estão acompanhados pelos pais, Camargo afirma que são consumidores que sempre andam com amigos de mesma idade ou próxima. “Pensar em proporcionar algo que cative o interesse de um grupo, algo como uma demonstração de produto na qual os tweens possam brincar ou competir, como um espelho para se maquiar ou uma trave de futebol para testar uma nova chuteira, pode ser uma excelente estratégia”, exemplifica.

Encontre o equilibrio entre a criança e o adulto

O bom senso deve imperar no tratamento aos tweens. Nada de tratá-los como 'mini-adultos', muito menos usar gírias e termos 'descolados', tentando parecer inserido em sua tribo. Encontrar o meio termo é o desafio. Eles gostam de ser tratados como adultos na comunicação, mas atenção! “Não use as gírias que eles usam, não tente ser o ‘tio legal’ ou atualizado. Seja bem humorado, mas não além da medida, pois sentir vergonha é muito comum nesta idade”, frisa Souza. É fundamental lembrar que ele está sofrendo mudanças físicas que geram desconforto. “Seja preciso nas respostas, não invente. O pré-adolencente quer respostas rápidas. Como na internet, onde ele acha tudo rapidinho”, compara.

Além disso, Souza aponta que uma das coisas mais importantes para o tween são os amigos da escola. “Seus motivadores nascem e terminam conforme os comentários dos colegas. Hoje a televisão e internet são grandes influenciadores, mas os amigos são determinantes”, afirma. Por isso, utilize isso como uma ferramenta a seu favor na hora da venda.

Para Camargo, a ideia principal é exatamente buscar o equilíbrio: não tratar os tweens nem como crianças, nem como adultos. “Nada de utilizar gírias sem propósito, nem tampouco uma linguagem infantilizada”, sublinha. A grande sacada da indústria e do varejo é tentar antecipar o que esse consumidor irá desejar em termos de produtos e serviços quando se tornar um adolescente ou adulto. Uma tarefa nada simples para uma realidade que muda a cada novo clique.

Fonte: Lia Nara Bau/Jornal Exclusivo