segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Starbucks e Applebee's fazem opção pelo Brasil para crescer

Diante da crise econômica e da saturação do mercado em seu país de origem, redes norte-americanas do segmento de alimentação, como Starbucks e Applebee's, veem potencial no Brasil e em outros países da América do Sul, onde devem concentrar investimentos e expandir seus negócios.

A Starbucks, por exemplo, está passando por uma reestruturação nos Estados Unidos, com fechamento de lojas e demissão de funcionários, mas no mercado brasileiro tudo indica que deve acelerar seu crescimento e abrir uma loja a cada 45 dias, procurando novos pontos em cidades como o Rio de Janeiro.

No País como Starbucks Cafés do Brasil, a rede de cafeterias opera por meio de uma joint venture entre a Cafés Sereia do Brasil, do empresário Peter Rodenbeck, com 51%, e a Starbucks Corporation, com 49%, somando atualmente 23 unidades.

De acordo com Ricardo Carvalheira, presidente da rede no Brasil, devem fechar 2009 com 24 lojas, frente às 18 do ano passado, tendo entrado no Brasil no final de 2006. Apesar de a marca ter entrado no Chile antes, há cerca de seis anos, o Brasil já tem quase o mesmo número de lojas e se destaca na América do Sul.

Na Argentina a rede entrou em 2008, e pode chegar a outros países, como o Peru. "Na América Latina, e principalmente no Brasil, o momento é muito diferente do dos Estados Unidos. Há mais espaço e consumo, o impacto da crise foi diferente e aqui vários índices já mostram recuperação", diz.Este ano, uma loja deve ser aberta no Shopping Center Norte, em São Paulo, e uma outra acabou ser inaugurada na zona leste da capital, no Shopping Anália Franco, e já é uma das 5 maiores da rede em vendas. Por questões estratégicas, o executivo não revela a previsão de abertura de lojas em 2009, mas estão otimistas e devem abrir mais lojas na cidade do Rio de Janeiro, entre outras.

O presidente da rede ainda destaca que estão fazendo promoções, como a que fizeram no período do café da manhã, com uma bebida de café e um pão de queijo por um preço mais acessível, o que impulsionou as vendas e foi escolhido por 17% dos clientes que compram no período da manhã. Com ganho de escala e mais lojas, a rede também busca mais fornecedores locais e quer substituir importados, que hoje representam 40% dos produtos. "Já conseguimos fazer várias substituições e isso deve melhorar a gestão da operação. Vamos depender menos dos importados e das demoras do translado dos itens.

"A Applebee's acredita no segmento de casual dining, com lojas maiores, mais aconchegantes e tíquete médio maior, que tem mostrado boa aceitação no Brasil, e deve investir, até 2010, cerca de R$ 12 milhões em cinco novos restaurantes só no Estado de São Paulo. Novas unidades poderão ser instaladas em outros estados.

Com cerca de 2 mil lojas em 20 países, a Applebee's está contente com o resultado que tem tido no mercado brasileiro, em que cresceu, no acumulado do ano, cerca de 11% em relação ao mesmo período do ano passado, o que deve fazer com que acelere a sua expansão aqui, mesmo diante da cautela que a rede está adotando em razão da crise econômica. "A crise fez com que tivéssemos mais cautela, mas o crescimento mostra que estamos ganhando espaço. Devemos ter uma média de abertura de duas casas por ano, talvez até três", diz Norman Baines, gerente da empresa para a América do Sul.

Atualmente, a Applebee's tem nove restaurantes no Brasil e, de acordo com o gerente, este ano mais uma unidade será aberta na capital paulista.

Para 2009 estão previstas unidades em Alphaville, Granja Viana e Sorocaba, além de uma unidade no sul do País, e estão procurando franqueados em outras regiões. A implantação de cada unidade custa cerca de R$ 2,5 milhões.

Avanço brasileiro

Redes nacionais também estão importando o modelo norte-americano de restaurantes e apostam no setor, como é o caso da General Prime Burguer, que tem duas unidades em São Paulo e deve abrir, em meados de outubro, mais uma loja na cidade, além de já ter previsto para 2009, uma unidade no futuro Shopping Iguatemi, em Alphaville.

"Também estamos procurando pontos em outras capitais e achamos que o nosso é um nicho pouco explorado no Brasil", afirma o diretor operacional, Ulli Fuchsloch. A expectativa é de que a rede cresça 33% frente aos números do ano passado.Redes de alimentação norte-americanas, como Starbucks e Apleebee's, apostam no mercado brasileiro, onde devem acelerar expansão frente às dificuldades nos Estados Unidos.

Fonte: DCI