quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Clonadores de cartões causaram mais de R$ 31 milhões de prejuízo somente no primeiro semestre

Valor se aproxima de 1% do volume financeiro movimentado em média por mês com as modalidades crédito, débito e de lojas no período

Entre os meses de janeiro e junho deste ano o setor de cartões no Brasil perdeu um valor superior a R$ 31 milhões com o golpe da clonagem. Esta soma significa quase 1% da média mensal registrada no valor das compras feitas no período com plásticos das modalidades crédito, débito, lojas e redes. A constatação é da Horus, empresa especializada em controle e prevenção a fraudes em meios eletrônicos de pagamento. Para chegar a estes números a companhia desenvolveu um balanço do seu sistema de monitoramento que acompanha diariamente as notícias publicas na imprensa sobre fraudes neste segmento.

Ao todo foi analisado um total de 160 reportagens publicadas sobre este tipo de crime no semestre. Além do tamanho do prejuízo financeiro (R$ 31.122.375,00), as matérias revelam que 346 pessoas foram presas por este delito. Ao todo 3061 cartões tiveram seus dados usados de forma indevida e 70 máquinas para captura ilegal de dados (chupa cabras) foram apreendidos.
Na comparação com levantamento semelhante feito no primeiro semestre do ano passado houve crescimento em todos os itens, exceto no número de cartões apreendidos. Em 2008, no mesmo período, os meios de comunicação haviam publicado somente 68 reportagens. Elas mostravam 169 pessoas presas e 24 “chupa cabras” apreendidos.

Curiosamente o número divulgado de cartões clonados no ano passado foi superior (5.650 contra 3.061). "o entanto o volume financeiro das fraudes saltou de pouco mais de R$ 2 milhões em 2008 para os R$ 31 milhões atuais. “Esta aparente distorção se deve a apreensão de uma grande quadrilha que agia em São Paulo e que fraudou mais de R$ 10 milhões atuando em São Paulo, Santos, Cubatão, Araras, Valinhos e Mogi-Guaçu”, explica Eduardo Daghum, sócio-diretor da Horus

Daghum comenta que a maior parte dos casos relatados nestas reportagens não se refere internet, mas sim a clonagens feitas no mundo físico, ou seja; estabelecimentos comerciais, agencias bancárias, caixas de atendimento automático etc.

Segundo ele a escalada dos números relativos a clonagem de cartões no noticiário policial mostra que os criminosos já se conscientizaram das vantagens de trabalhar com este tipo de golpe ao invés dos tradicionais roubos a bancos, seqüestros relâmpagos e outras modalidades mais violentas de assaltos. “A clonagem não coloca a vida deles em risco, é facilitada pelo avanço da tecnologia, se apóia na falta de atenção do usuário e, no caso de prisão, ainda resta a falta de maior clareza para enquadramento do delito no código penal”, afirma.

Comparando os números do sistema de monitoramento da Horus aos da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (ABECS), Daghum afirma que as perdas já estão alcançando patamares preocupantes para a indústria de meios de pagamento eletrônico no país. A consolidação dos números da ABECS revela uma média de R$ 33.5 bilhões por mês em compras com cartões no primeiro semestre. “Somente com os casos publicados pela imprensa e captados por nosso sistema de busca constatamos que ao longo de seis meses 1% deste valor foi perdido para o crime. Num mercado onde as margens de lucro são tão pequenas é natural que as empresas comecem a ter maior preocupação com o assunto, principalmente se projetarmos o mesmo ritmo de crescimento dos crimes para os próximos anos”, diz.

Fonte: NoVarejo