terça-feira, 27 de outubro de 2009

Dúvidas de leitores: O futuro do varejo farmacêutico

Pergunta enviada por Talitha Braga

Bom dia

Caio, primeiramente parabéns pelo seu trabalho!

Gostaria de saber de você, qual sua opinião sobre o futuro do varejo farmacêutico, muito se discute sobre a restrição às propagandas de medicamentos, à exposição desses no ponto-de-venda, e a restrição do acesso direto do consumidor aos medicamentos. Em contrapartida vê-se uma enorme crescente do mercado de beleza nesse setor, uma briga constante por espaço no ponto e pela atenção do consumidor. Na sua opinião, qual o futuro do varejo farmacêutico?

Um forte abraço
Talitha Braga


Olá Talitha
Excelente questão !
Realmente estamos vivendo tempos difíceis e de sérios questionamentos para este setor.

Ao passo que esse é um varejo em franco desenvolvimento, com o surgimento de bandeiras fortes no mercado, e até mesmo o ingresso de supermercadistas nesse mercado, vemos o governo restringir cada vez mais o ponto-de-venda, principalmente devido ao problema da automedicação.

O problema da automedicação é tão grande no mundo todo que até mesmo o Google, segundo informação da revista SuperInteressante, vem trabalhando um projeto chamado de Google Health (algo muito próximo de um doutor online), porém tem receio que a informação leve o consumidor, nesse caso, um paciente, à automedicação.

O passo que o varejo farmacêutico tomou, ampliando categorias como produtos de beleza e higiene pessoal, é um caminho adotado por praticamente todos os segmentos de varejo. Todos varejistas vêm procurando ampliar seu mix de produtos, buscando tanto atingir novos clientes, como potencializar o poder de compra dos cliente habituais.

Eu acredito que ainda é cedo para qualquer diagnóstico perfeito sobre o assunto, visto que estamos ainda no meio do furacão, mas acredito que o caminho é que a medicação em si passará a ser apenas uma coadjuvante no ponto-de-venda.
Existia uma discussão forte no mercado questionando se os remédios via receita deveriam ou não estar expostos ao consumidor, visto as teorias de merchandising empregam que a exposição deve gerar resultados (planograma, gerenciamento de categorias, etc), e isso não ocorre com as mercadorias que estão atrás do balcão.

Entretanto, para o consumidor comum, acredito que uma parede de medicamentos ainda carregue em si o princípio de potência de exposição e por isso, acabam virando grande chamarizes de venda. “Se existem muitos medicamentos, com certeza tem o que eu preciso”, provavelmente deve pensar o consumidor.

Visto que existe uma probabilidade de se extinguir por completo a propaganda desse mercado, as “paredes” de medicamentos voltam a ganhar importância.

Para as categorias que possam ainda ser exibidas dentro da área de venda, fora do balcão, como perfumaria, higiene pessoal e beleza, acredito que o mercado criará novas formas de chamar a atenção do consumidor, muito além de apenas dispor esses produtos em gôndolas. Desde criar amplos showrooms para marcas de prestígio, até mesmo utilizar-se de vitrines ou ainda dispor serviços no ponto-de-venda, acredito que ainda veremos grandes novidades e revoluções dentro deste mercado.

Espero ter lhe ajudado

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
FALANDO DE VAREJO
http://www.falandodevarejo.com.br/