As editoras têm vivido ultimamente um período tempestuoso. As vendas estão em baixa este ano, apesar de grandes lançamentos como os livros de Dan Brown e Edward M. Kennedy. Walmart e Amazon estão numa acirrada briga pela liderança no varejo online, criando novas preocupações entre editores e autores em relação aos lucros minguantes.
Mas já há quem aponte um aumento na leitura habitual das pessoas, em decorrência dos livros eletrônicos, ou e-books. A Amazon, por exemplo, diz que os proprietários do Kindle, e-book da empresa, compram agora 3 vezes mais livros do que antes de adquirirem o dispositivo. "Veremos proporções de crescimento da indústria muito diferentes como resultado da conveniência desse tipo de leitura", disse Jeff Bezos, diretor executivo da Amazon.
A Sony, fabricante da família de dispositivos Reader, diz que seus consumidores de e-books fazem o download de uma média de 8 livros mensais a partir da biblioteca online da empresa. É um número consideravelmente maior do que os aproximadamente 6,7 livros comprados pelo americano médio durante todo o ano de 2008, segundo pesquisas.
O mercado de dispositivos eletrônicos de leitura tem, além disso, um novo concorrente: o Nook, apresentado na terça feira pela livraria Barnes & Noble. O dispositivo será vendido por US$ 259.
Por si mesmos, os números da venda de livros eletrônicos registrados por Amazon e Sony podem não indicar um interesse renovado na leitura. Proprietários do Kindle podem ter simplesmente transferido todas as suas compras de livros para a Amazon. Donos de dispositivos leitores de e-books costumam estar entre os maiores consumidores de livros, e, portanto, seu comportamento pode não ser indicativo do mercado mais amplo.
Ainda assim, fãs dos aparelhos dizem que a conveniência de usar os e-books, ao oferecem a sensação de controle e personalização que os consumidores passaram a esperar de todos os seus dispositivos eletrônicos, criou um maior interesse nos livros.
Outros consumidores elogiam os muitos benefícios dos aparelhos. Com suas telas cinzas e brancas e o tamanho ajustável de suas letras, o Kindle, da Amazon, e o Reader, da Sony, oferecem uma experiência bastante satisfatória com pouca distração decorrente de outras tecnologias.
Mas algumas editoras não parecem muito dispostas a aceitar a ideia de que o mercado dos livros possa viver uma grande retomada. "Levando em consideração o fato de que as pessoas têm à disposição a internet, jogos de futebol transmitidos quase 24 horas por dia, incontáveis programas de TV e filmes, será mesmo que as pessoas vão ler mais simplesmente porque o texto estará numa tela?", disse John Sargeant, diretor da editora Macmillan. "Duvido que isto aconteça."
As informações são do jornal O Estado de São Paulo.