quinta-feira, 22 de outubro de 2009

E-book muda mercado de livros nos EUA

As editoras têm vivido ultimamente um período tempestuoso. As vendas estão em baixa este ano, apesar de grandes lançamentos como os livros de Dan Brown e Edward M. Kennedy. Walmart e Amazon estão numa acirrada briga pela liderança no varejo online, criando novas preocupações entre editores e autores em relação aos lucros minguantes.

Mas já há quem aponte um aumento na leitura habitual das pessoas, em decorrência dos livros eletrônicos, ou e-books. A Amazon, por exemplo, diz que os proprietários do Kindle, e-book da empresa, compram agora 3 vezes mais livros do que antes de adquirirem o dispositivo. "Veremos proporções de crescimento da indústria muito diferentes como resultado da conveniência desse tipo de leitura", disse Jeff Bezos, diretor executivo da Amazon.

A Sony, fabricante da família de dispositivos Reader, diz que seus consumidores de e-books fazem o download de uma média de 8 livros mensais a partir da biblioteca online da empresa. É um número consideravelmente maior do que os aproximadamente 6,7 livros comprados pelo americano médio durante todo o ano de 2008, segundo pesquisas.

O mercado de dispositivos eletrônicos de leitura tem, além disso, um novo concorrente: o Nook, apresentado na terça feira pela livraria Barnes & Noble. O dispositivo será vendido por US$ 259.

Por si mesmos, os números da venda de livros eletrônicos registrados por Amazon e Sony podem não indicar um interesse renovado na leitura. Proprietários do Kindle podem ter simplesmente transferido todas as suas compras de livros para a Amazon. Donos de dispositivos leitores de e-books costumam estar entre os maiores consumidores de livros, e, portanto, seu comportamento pode não ser indicativo do mercado mais amplo.

Ainda assim, fãs dos aparelhos dizem que a conveniência de usar os e-books, ao oferecem a sensação de controle e personalização que os consumidores passaram a esperar de todos os seus dispositivos eletrônicos, criou um maior interesse nos livros.

Outros consumidores elogiam os muitos benefícios dos aparelhos. Com suas telas cinzas e brancas e o tamanho ajustável de suas letras, o Kindle, da Amazon, e o Reader, da Sony, oferecem uma experiência bastante satisfatória com pouca distração decorrente de outras tecnologias.

Mas algumas editoras não parecem muito dispostas a aceitar a ideia de que o mercado dos livros possa viver uma grande retomada. "Levando em consideração o fato de que as pessoas têm à disposição a internet, jogos de futebol transmitidos quase 24 horas por dia, incontáveis programas de TV e filmes, será mesmo que as pessoas vão ler mais simplesmente porque o texto estará numa tela?", disse John Sargeant, diretor da editora Macmillan. "Duvido que isto aconteça."

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.