segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Grande varejo desperta para roupas e acessórios na internet

Após as redes de varejo de bens duráveis acirrarem a disputa nas vendas por meio da internet, chegou a vez das grandes marcas ligadas ao segmento de roupas e acessórios começarem a olhar para o setor, mesmo enfrentando as dificuldades inicias de aceitação por parte do consumidor brasileiro em adquirir esses artigos via comércio eletrônico. A Lojas Renner prevê inaugurar até final de março de 2010 seu site que venderá perfumes e relógios, além de camisetas. Redes de grande porte como Marisa e Hering também já criaram canais de venda web.

Segundo o presidente da Lojas Renner, José Galló, até o final do ano a empresa fará os primeiros testes de tecnologia e de logística. "Vamos aproveitar nossa experiência com a venda de perfumes e cosméticos, dessa vez na internet. Há um grande interesse por parte dos nossos fornecedores no negócio, pela representatividade desses produtos em nosso faturamento", afirmou.Galló evitou dar detalhes da participação atual da categoria na receita da empresa e o investimento previsto para a entrada no ramo de e-commerce. Apesar do foco em perfumes e relógios, a Renner venderá também camisetas básicas nos tamanhos pequeno, médio e grande. "A falta de especificações técnicas nos tamanhos das roupas é que dificulta a vendas de uma variedade maior de peças", disse.

Roupas masculinas e femininas e acessórios são vendidos pela Hering Web Store. O canal da Marisa na internet tem opções mais amplas, incluindo além de artigos de vestuário, relógios e itens de cama, mesa e banho.Outra marca consagrada no varejo que deverá entrar em operação no e-commerce até maio de 2010 é a Mesbla. Após ir à falência nos anos 90, apenas a marca Mesbla voltará, dessa vez para comercializar artigos de vestuário exclusivamente na internet.De acordo com o diretor-geral da e-bit, empresa de monitoramento de comércio eletrônico, Pedro Guasti, enquanto que nos Estados Unidos a categoria de roupas e acessório ocupa a segunda colocação em volume de vendas, no Brasil está entre a 15ª e 20ª posição. Na avaliação dele, isso demonstra o potencial de crescimento do setor.

Segundo ele, além das varejistas já consagrada, há grande número de empresas de menor porte que obtêm um bom desempenho de vendas. Guasti destacou, porém, que a falta de padronização deixa as pessoas inseguras em comprar roupas na internet. "Lentamente, há um movimento de padronização, que vem começando com meias e camisetas.

"O presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, destacou que o alto índice de devoluções é que inibe a varejista de comercializar roupas na internet. "A falta de precisão, por exemplo, das cores nos monitores dos computadores provoca muita insatisfação aos clientes", afirmou.

Segundo a e-bit, o faturamento do setor este ano no Brasil deverá atingir R$ 300 milhões, ao passo que nos Estados Unidos a venda de roupas e acessórios movimenta US$ 20 bilhões.

Fonte: AE/ Último Segundo