quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pesquisa da Fecomercio mostra varejo otimista no primeiro Natal pós-crise, ainda que com certa cautela

Segundo sondagem feita com 300 empresas do setor varejista, 33% delas devem fazer encomendas de 10% a 20% maiores do que ano passado, enquanto 24% farão encomendas menores do que em 2008; outras 44% farão no mesmo volume do ano passado

Pesquisa realizada pela Fecomercio com 300 empresas de São Paulo indica que os empresários do setor varejista estão otimistas em relação ao primeiro Natal pós-crise, mas ainda mantém uma certa reserva. De acordo com a análise, 33% dos empresários vão aumentar as encomendas para o Natal e 24% dos varejistas vão reduzir. Outros 44% estão fazendo encomendas iguais ao do ano passado. Já em relação aos estoques, 39% dizem que será maior e 44% responderam que será igual ao do Natal do ano passado.

“Esses dados mostram um viés de alta para as encomendas de Natal, porém o varejo mantém cautela. Mesmo assim, o resultado geral é positivo, na mesma direção que o consumidor parece estar apontando nas pesquisas de intenção de compra e de confiança. Desse diálogo entre consumidor e empresários até o final do ano é que os ajustes de perspectivas serão feitos, de ambos os lados”, afirma Fabio Pina, economista da Fecomercio.



Mais de 65% dos empresários vão trabalhar com produtos direcionados à Classe C, enquanto 43% para a classe B e 24% para as classes D e E. Para trabalhar com produtos voltados principalmente à Classe C, os empresários vão alavancar suas vendas por meio de parcelamentos. Segundo a pesquisa, como se trata de capital próprio a maioria das empresas (64%) vão oferecer parcelamento de 3 vezes sem juros. Já 37% vão oferecer mais de 3 vezes, com pouco envolvimento de financiamento tradicional (via banco ou financeira vinculada à loja).


Segundo Pina, a maioria das empresas mira nas classes B e C, não por coincidência. O público A é muito restrito e poucas empresas podem se dar ao luxo de trabalhar apenas para esse nicho. Do outro lado estão as classes D e E, com rendas médias ainda muito baixas, o que inviabiliza um volume de negócios muito grande, ainda que o contingente populacional seja elevado. Desta forma, trabalhar as camadas do meio da população é a estratégia vigente de grande parte das empresas. Evidentemente, com o desenvolvimento do crédito e com o aumento gradual da renda, há uma migração de interesse para as faixas C e D.

Nota Metodológica

A pesquisa foi realizada com 300 empresas de São Paulo tendo por objetivo antecipar a percepção dos empresários com relação à temperatura da economia para os próximos meses, com ênfase nas perspectivas para o primeiro Natal pós crise. O levantamento foi direcionado para informações sobre as principais variáveis antecedentes específicas do Natal (encomendas, por exemplo), variáveis relativas à perspectiva para 2010 e variáveis relativas à atuação dos empresários em relação aos consumidores (parcelamento, público alvo, entre outras).