terça-feira, 13 de outubro de 2009

Venda cresce 10% no Dia da Criança

As boas expectativas do comércio se confirmaram neste Dia da Criança e cresceram acima do esperado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Em média, as vendas nos shopping centers em São Paulo tiveram crescimento de 10% em relação às do ano passado. O resultado supera os 6% de aumento projetados pela Abrasce para os 385 shoppings associados à entidade no Brasil.

Julio Cesar Alloe, superintendente do Shopping Butantã, afirma que, ante o ano passado, houve aumento de 15% de público e as vendas cresceram 12%. No Shopping Interlagos, o aumento foi de 8% nas vendas, enquanto no Central Plaza Shopping as vendas deste ano superaram 10% as de 2008, com ênfase em brinquedos e vestuário infantil.

O movimento na região da Rua 25 de Março foi bem maior que no ano passado, confirma Ondamar Ferreira, gerente-geral da rede de comércio popular Armarinhos Fernando. "Mesmo com a crise, a rua ficou mais movimentada e nossas vendas aumentaram cerca de 5%", afirma. Ferreira espera uma pausa no movimento nos próximos 15 dias, antes da retomada com as vendas de Natal.

Nem a possível greve do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que certamente prejudicaria as vendas do feriado prolongado, freou o movimento na segunda data mais esperada pelo comércio depois do Natal. Um acordo entre comerciários e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), na última sexta-feira cedeu um reajuste de 7% aos trabalhadores.

No Taguatinga Shopping, um dos empreendimentos da Organizações PaulOOctávio no Distrito Federal, foi projetado um aumento de 10% de vendas e de fluxo de consumidores frente ao mesmo período de 2008. Eliza Ferreira, superintendente do shopping, estava confiante no bom desempenho tanto nas cinco lojas voltadas especificamente para o público infantil quanto em grandes magazines e lojas de eletrônicos. Segundo ela, o otimismo foi maior "pois estamos em um momento melhor da economia, e ela mostrou recuperação".

Para aproveitar o momento, também estão promovendo uma campanha institucional e ainda possuem eventos de lazer voltados para as crianças espalhados pelas três praças dos shoppings, que estarão disponíveis até o final do mês de outubro. "Investimos R$ 120 mil no Dia da Criança, valor superior ao de 2008", diz.

No Shopping Center D, na zona norte da capital paulista, as expectativas eram mais otimistas e previam alta de 20% nas vendas para o Dia da Criança, comparado a 2008. Segundo os lojistas deste centro de compras, brinquedos, videogames e celulares, roupas e calçados, foram os produtos mais procurados.

Grandes redes especializadas em brinquedos também investiram fortemente em campanhas para potencializar as vendas no período. É o caso da Ri Happy, com 92 lojas, que investiu R$ 3,5 milhões em campanha promocional que dará brindes aos consumidores. A rede divulgou, na última sexta-feira, já ter superado a meta de alta de 5%, chegando a 7% de crescimento.

Comércio eletrônico

O comércio eletrônico manteve expectativas de altas maiores que no varejo físico. Segundo a e-bit, empresa especializada em informações de comércio eletrônico (e-commerce), do dia 28 de setembro até o dia 11 de outubro o setor deve crescer 25%, alcançando R$ 450 milhões de faturamento, perante os R$ 360 milhões do ano passado. O tíquete médio deve chegar a R$ 340, um crescimento de 7% frente a 2008.

Na Amercantil.com, companhia especializada em venda de eletrônicos pela internet, por exemplo, a expectativa de crescimento era de 35%, e até sexta-feira os itens mais vendidos foram reprodutores de MP3 e MP4, playstations (consoles de videogame) e brinquedos com controle remoto em geral - carros, helicópteros e robôs. A empresa diz que, para atender à demanda dessa data, contratou funcionários que devem permanecer na empresa por conta das vendas de fim de ano, que já começaram.

Análise

Sem um acordo sobre a renovação do dissídio coletivo, que regulamenta o trabalho aos domingos e feriados, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo teria parado neste feriado.

De acordo com Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a greve poderia ter prejudicado a alta de 5% nas vendas do Dia da Criança. "As vendas se concentram no último final de semana e no feriado e o tempo acaba influenciando a saída de consumidores. Com chuvas, os clientes podem optar por ficar na cidade e ir aos shoppings, consumindo mais", diz.

Já segundo pesquisa da Serasa Experian, 49% dos comerciantes têm esperança de acréscimo no faturamento do 12 de outubro, o maior nível dentre as datas comemorativas do ano. O estudo foi feito com 1.011 executivos do varejo, entre os dias 4 e 17, e superou a expectativa para o Dia dos Pais.

Fonte: DCI