quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Selic conservadora prejudica produto nacional, diz Fecomercio

O ano termina com a taxa Selic em 8,75%. Ou seja, nada muda na política conservadora do Banco Central. Não era de se esperar um novo número para finalizar 2009. Resta aguardar o próximo ano, que já acena com um possível aumento da taxa. "O Banco Central tende a elevar os juros mantendo a valorização cambial, a despeito dos efeitos negativos sobre o produto nacional e do absoluto controle dos preços", afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.

Enquanto o governo argumenta que a taxa de juros básica deve ser mantida ou aumentada em 2010 devido aos riscos inflacionários com a retomada do crescimento da economia, a Fecomercio aponta três motivos para que a Selic não seja elevada:

a) Os gastos do Governo vão ficar ainda mais altos, o que vai prejudicar o pagamento das dívidas no próximo ano.

b) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está sinalizando que vai permanecer abaixo da meta de inflação – de 4,5% em 2009, acumulando em 10 meses do ano incremento de 3,50%, e de 4,12% em 12 meses -, portanto não há necessidade de se aumentar os juros.

c) O Real vai ficar ainda mais valorizado frente ao dólar, o que prejudica a competitividade dos produtos nacionais, possibilitando a entrada de importados mais baratos.

Sobre a Fecomercio: A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa 152 sindicatos patronais, que abrangem cerca de 600 mil empresas e respondem por 11% do PIB paulista – cerca de 4% do PIB brasileiro – gerando em torno de cinco milhões de empregos.