sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"Mercado da beleza" dispara no Brasil, diz "Financial Times"

O crescimento da classe média no Brasil, com a entrada de mais de 20 milhões de pessoas que saíram da pobreza nos últimos seis anos, fez o mercado de produtos de beleza disparar no Brasil, segundo reportagem do diário britânico "Financial Times" ("FT").

Embora a expansão da economia brasileira tenha sido errática desde os anos 90, o mercado de produtos de beleza tem crescido a uma taxa de mais de 10% ao ano, segundo dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no Brasil), citados no texto.

"O papel da mulher na economia tem crescido expressivamente, disse o executivo-chefe da Natura, Alessandro Carlucci, ao "FT". Segundo ele, apenas 40% das brasileiras têm batom, por exemplo, por isso o potencial para crescimento é enorme. O Brasil se tornou o terceiro maior mercado de produtos de beleza, depois de Estados Unidos e Japão, diz a reportagem --que destaca ainda que o país é o segundo maior mercado para cirurgia plástica cosmética.

O Brasil se tornou o maior mercado de cosméticos do mundo para a americana Avon desde o terceiro trimestre de 2009 --em 2008, as vendas da Avon já chegavam a US$ 1,67 bilhão, contra US$ 2,1 bilhões da Natura, segundo a reportagem.

"Desde o ano passado, mais da metade dos 200 milhões de habitantes do Brasil foram classificados como de classe média", diz o "FT". "A recente transformação nas vidas dos brasileiros se deve em grande parte à baixa inflação e à estabilidade econômica trazidas por políticas econômicas ortodoxas desde meados dos anos 90 --câmbio flutuante, metas de inflação e reduções no deficit público-- e à expansão dos programas de transferência de renda sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003", afirma a reportagem. "Acreditamos que o Brasil continuará a ser um mercado exuberante", disse Carlucci. "Esse [de cosméticos] é um setor que não depende de crédito e no qual ainda há muito espaço para crescer."

Fonte: Folha Online