segunda-feira, 15 de março de 2010

E-commerce tem faturamento estimado de R$ 10,8 bilhões em 2009

Ir a lojas, falar com vendedores e levar para casa, por exemplo, um livro numa sacola são hábitos que perdem força. As vendas virtuais eliminam esses pormenores, mudando rotinas do consumidor, e crescem cada vez mais no Brasil, rivalizando com as efetuadas pelas lojas físicas. Em 2009, o faturamento do e-commerce cresceu até 30% sobre o registrado no ano anterior, alcançando R$ 10,8 bilhões, segundo adiantado ao eBand por Pedro Guasti, diretor geral da eBit. As vendas neste canal totalizaram R$ 8,2 bilhões em 2008.

O resultado oficial sai nesta terça-feira com a divulgação do 20º Relatório WebShoppers, elaborado pela eBit. Mas, ao que tudo indica, os números serão superiores ao esperado no ano passado, visto que se esperava alta de 25% na receita.

Grandes varejistas já perceberam a importância do canal de vendas. A rede de supermercados Carrefour entrou no dia 1º de março para o rol das empresas com sites de vendas e, já no primeiro dia, registrou 14 mil pedidos, que engordaram em R$ 6 milhões as caixas registradoras. “Os resultados iniciais superam nossas expectativas”, atesta Jonas Ferreira, diretor de e-commerce do grupo. A princípio foram colocados 15 mil itens à disposição dos clientes, mas a rede espera ampliar o sortimento para 80 mil até o final deste ano. Na Livraria Cultural, 18% das vendas são feitas pela internet. E, segundo último levantamento, as vendas online do primeiro semestre de 2009 cresceram 15%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo Guasti, os livros ocupam o topo dos produtos mais procurados na rede.

A rede permite pechinchas online

“A internet possui mais ferramentas para o consumidor poder tomar melhores decisões de compra”, garante Guasi, explicando que estas facilidades são as grandes vantagens do e-commerce. Elas guardam certa semelhança com a vida real. A pechincha por preços menores, comum em feiras livres, galerias de comércio e em outros meios físicos de varejo, também ocorre na internet. São, mal comparando, os comparadores de preço que relacionam as opções mais baratas na tela, considerando vários sites.

Além disso, mostram características dos produtos pesquisados e comentários de outros compradores. Bater perna por centros de compras, como a 25 de março (São Paulo), o Saara (Rio de Janeiro) ou o Ver-o-Peso (Belém), também pode ser feito na web, pulando de um site a outro, com a conveniência de enfrentar as filas e o congestionamento das grandes cidades.

Classes C e D dominam novas compras

“Sem contar que os preços na internet são bastante competitivos, muitas vezes com preços reduzidos de 20% a 30% do valor cobrado nas lojas físicas, oferecendo condições elásticas de pagamento”, lembra o especialista outra vantagem da internet, afirmando que estes descontos atraem principalmente as classes C e D. Segundo Guasti, o público A e B ainda têm as maiores participações, mas é das classes média e baixa que vem 60% dos indivíduos que compram na internet pela primeira vez. “Essas pessoas sofreram para entrar no mundo digital”, conta.

O barateamento de computadores e o maior acesso a linhas fixas de telefone facilitaram a inclusão dos “novos consumidores digitais”, como chama Guasi. Em 2001, 58,9% dos lares brasileiros tinham algum tipo de telefone em casa (fixo ou celular). Em 2008, essa porcentagem aumentou para 82,1% das casas, segundo a PNAD (Pesquisa Domiciliar Nacional por Amostra de Domicílios), elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também foi constatado que 76,5% dos lares tinham internet.

Além disso, contribuíram também o crescimento da banda larga no Brasil. Muitas empresas oferecendo pacotes que combinam telefone fixo, TV por assinatura e internet por baixos preços. “Isso acaba encaixando de alguma maneira no orçamento dessas famílias”, pondera. A criação de pontos de internet pública em restaurantes, redes de fast food, escolas, cyber cafés, popularizou a rede. “O fácil acesso à internet fez com que surgisse uma onda de novos usuários da internet que consequentemente se tornaram consumidores virtuais”, resumiu.

Fonte: eBand