quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobe a intenção de consumo dos paulistas

Pesquisa da Fecomercio constata que famílias estão otimistas e pretendem manter o bom ritmo de consumo registrado no primeiro trimestre

Melhora na massa salarial real, aumento do nível de emprego e facilidades para adquirir crédito motivam elevação do otimismo das famílias paulistas e impulsionam o consumo. É o que revela a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em maio, o indicador apresentou variação de 3%, saltando dos 131,4 pontos, registrados em abril, para 135,4 pontos.

Segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio, a alta do índice se deve, principalmente, a perceptível melhora das condições financeiras das famílias, ponto fundamental para ampliar o consumo. “Além da renda, a oferta de crédito e a redução no número de desocupados foram determinantes para o crescimento ‘chinês’ que o comércio apresentou no primeiro trimestre de 2010”, destaca. “A expansão no faturamento do comércio paulistano, de 11% no período em relação a 2009, certamente é um reflexo do otimismo das famílias.”

Em maio, os sete itens que compõem o ICF apresentaram alta e, mais importante, todos marcaram mais de 100 pontos em uma escala que vária de 0 a 200, denotando satisfação dos consumidores. Entre eles, o destaque foi o quesito Renda Atual, que saltou 5,7% em relação ao mês anterior, atingindo 155,2 pontos. O item Acesso a Crédito também teve um bom resultado, com alta de 1,1%, marcou 153,3 pontos. “As famílias estão sentindo que seu nível de renda está superior ao do ano passado e que está mais fácil obter financiamento”, aponta Dietze. “Dois bons indicadores para a economia.”

O ICF também revelou que os paulistas estão mais satisfeitos em relação ao Emprego Atual e mais animados com a Perspectiva Profissional. Em relação a abril, esses indicadores tiveram incremento de 2,4% e 1%, chegando aos 141 e 117,1 pontos, respectivamente.
Apesar de o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já ter voltado a incidir integralmente sobre a maior parte dos bens duráveis, as famílias paulistas ainda consideram o momento propício para a aquisição desse tipo de produtos. Dietze pontua que o comércio desses itens é favorecido pelos financiamentos com prazos mais dilatados e parcelas menores, que encaixam mais facilmente no orçamento das famílias. Em maio, o indicador Momento para Duráveis registrou impulso de 3,3%, em comparação com abril, chegando a 131,3 pontos.

O economista da Fecomercio também destaca que os aumentos da renda, do nível de emprego e da facilidade em obter crédito estimulam o consumo de modo geral. Estímulo que pode ser visto nos indicadores de Nível de Consumo Atual e Perspectivas de Consumo, que foram alavancados em 5% e 2,7%, atingindo 107,6 e 142 pontos, respectivamente. “Estes dados indicam que, nos próximos meses, teremos a continuidade do consumo no elevado patamar que vem sendo registrado ao longo do primeiro trimestre deste ano”, conclui Dietze.